Cuidar das unhas é importante para evitar contaminações

Entenda por que cuidar das unhas vai além da beleza

Mãos e unhas

O nome técnico das unhas é aparelho ungueal e sua principal função é proteger as pontas dos dedos de traumas e choques. As cutículas são uma estrutura de pele mais grossa que margeia toda a parte aderida das unhas, formando uma espécie de selo. Por impedir a entrada de substâncias e microrganismos prejudiciais à saúde, também podem ser consideradas parte das nossas defesas. Assim, cuidar das unhas não é só uma questão de aparência.

A seguir, saiba mais sobre os principais problemas que afetam as unhas.

Onicomicose pode ter tratamento demorado

A onicomicose é uma infecção causada por fungos, que se alimentam da queratina — proteína que forma a maior parte das unhas. Como ambientes úmidos, escuros e quentes são ideias para o crescimento desses fungos, cuidar das unhas dos pés se torna ainda mais importante para evitar o problema.

Existem diferentes manifestações nas unhas que indicam a presença de uma onicomicose. Veja as mais comuns, lembrando que nem todos os sintomas relatados são, necessariamente, indicativo de micose nas unhas:

Descolamento da borda livre – forma mais frequente, em que a unha se descola, geralmente iniciando pelos cantos. O espaço fica oco, podendo acumular restos de queratina e bactérias, além dos fungos. O aspecto fica amarelado ou esbranquiçado;

Espessamento – ocorre quando as unhas ficam mais duras, grossas e escuras, podendo causar dor. Esse sintoma é popularmente chamado de“unha de gavião”;

Leuconíquia – quando aparecem manchas brancas nas superfícies das unhas;

Destruição e deformidades – a unha fica frágil e quebradiça, ganhando um novo formato;

Paroníquia – há inflamação, com dor e vermelhidão da pele ao redor da unha, o que leva à perda da cutícula. Com o tempo, há um aumento da pele na região, que se torna espessada e endurecida. A unha cresce ondulada e com alterações de cor e na superfície.

O tratamento para onicomicose pode ser de uso local, sob a forma de cremes, soluções ou esmaltes. Em caso de acometimentos superiores a 30% de uma unha ou várias unhas acometidas ao mesmo tempo, é necessário tratamento via oral também. A duração é, em média, de 6 meses, podendo chegar a 1 ano, pois depende do crescimento das unhas, que é lento.

Como mencionei anteriormente, nem todo sintoma é indicativo de onicomicose, por isso, a avaliação de um dermatologista é essencial. Só assim é possível seguir um tratamento adequado.

Sobre isso, mais alguns alertas:

  • Evite a automedicação, pois ela pode mascarar sintomas;
  • Não interrompa o tratamento antes do tempo recomendado, mesmo que ache que a unha tenha melhorado, pois a infecção pode ainda estar presente, com risco de disseminar a contaminação para outras unhas;
  • O tratamento da paroníquia pode requerer uma intervenção cirúrgica, por isso, é muito importante evitar o contato com água e iniciar o uso de luvas o quanto antes;
  • Evite tratamentos caseiros e indicações de profissionais não médicos para cuidar das unhas em casos suspeitos.

Dermatofitose pode afetar o corpo todo

Essa doença é causada por fungos ou cogumelos que se alimentam de queratina presente na pele, no pelo e nas unhas. Eles podem ser transmitidos diretamente (de homem para homem, de animal para homem e da terra para o homem) e também indiretamente, por meio de materiais contaminados. Olha o cuidado com a manicure aí!

Quando a dermatofitose afeta as unhas, é caracterizada por lesões destrutivas e esfarinhentas, iniciando-se pela borda livre da unha, que ganha uma cor branco-amarelado. Geralmente, há acumulo de queratina debaixo da unha.

O tratamento é simples e deve ser precoce para evitar que o problema se espalhe para o corpo e também que não haja contaminação de outras pessoas. Em geral, é feito de forma tópica (quando o medicamento é aplicado no local afetado) e com medicações sistêmicas por via oral.

O dermatologista vai decidir qual medicação é a mais eficiente de acordo com cada caso. Mas aviso que irregularidade no tratamento, defeito de absorção da medicação oral, re-exposição ao agente causador e resistência antimicrobiana/antifúngica podem complicar o quadro.

Por isso, pode incluir comprometimento com as orientações médicas na lista de como cuidar das unhas!

Líquen pode causar danos irreversíveis

O líquen é uma doença inflamatória capaz de provocar alterações na raiz da unha, na região abaixo da unha e ao redor da unha. Essas modificações podem levar a danos irreversíveis se não forem tratadas a tempo. Evidências sugerem que a doença seja autoimune, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia.

O problema se torna evidente quando as unhas ficam muito fininhas, caem ou não crescem mais. Mais fragilizadas, elas também podem estar quebrando com facilidade, apresentar várias linhas ou fissuras na superfície.

Outra forma de manifestação do líquen é a inflamação ao redor da unha, o desaparecimento da unha e a mudança na sua coloração — ela pode ficar marrom, vermelha e até arroxeada.

Não tratar o líquen de forma adequada, com orientação e acompanhamento de um dermatologista, pode resultar em deformidades permanentes e até perda das unhas. Quanto antes esse tratamento for iniciado, melhor. Em geral, ele é feito com medicamentos específicos, que devem ser administrados inclusive depois que o problema apresenta melhora.

A seguir, veja como cuidar das unhas para evitar a maioria desses sintomas e ainda manter a beleza das mãos em dia.

Cuidar das unhas pode ser simples!

  • As unhas podem ser cortadas com tesoura e/ou aparadas com lixas, de preferência de uso pessoal ou descartáveis. O melhor formato é o arredondado nas mãos e quadrado nos pés;
  • O tamanho das unhas das mãos deve levar em conta algumas particularidades, como profissão, hábitos e hobbies. Nos pés, deve se evitar medidas muito compridas porque podem gerar mecanismo de alavanca e descolar as unhas. Isso deixa um aspecto feio e amarelado, além de levar ao acúmulo de sujeira e detritos;
  • A cutícula não deve ser retirada, pois isso deixa a unha desprotegida e facilita a entrada de fungos e bactérias — como vimos, esses microrganismos são os principais causadores de problemas nas unhas;
  • No mercado de cosméticos há inúmeros produtos destinados às unhas, como esmaltes, brilhos, bases, hidratantes, fortificantes etc. Alguns, no entanto, podem provocar alergia. Em caso de surgimento de coceira na pele, lesões avermelhadas ou outras complicações, interrompa o uso e procure um dermatologista. A alergia ao esmalte costuma dar vermelhidão e coceira na face, pescoço e pálpebras;
  • O hábito de lixar a parte de cima da unha pode ser prejudicial, pois retira camadas de queratina e deixa as unhas mais frágeis e finas, portanto, evite;
  • O uso de acetona pode tornar as unhas mais frágeis e quebradiças. Prefira os removedores de esmalte que não contêm a substância;
  • Se você tiver o hábito de mexer muito com água e/ou produtos de limpeza, o uso de luvas é fundamental para evitar que a cutícula se degenere em contato frequente com essas substâncias e, com isso, aumente o risco de contaminações.

Por fim, quero lembrar a vocês que cuidar das unhas deve fazer parte da rotina. Muitos problemas são causados por procedimentos de manicure ou higiene feitos incorretamente.

Quer saber mais dicas e novidades em saúde e beleza? Continue navegando pelo meu blog!

Dra. Carla Bortoloto
Dra. Carla Bortoloto
Médica dermatologista, CRM-SP 122.883, formada pela UNIG (RJ). Especializou-se em Clínica Médica e Medicina Interna pela Casa de Saúde São José (RJ) e em Dermatologia Clínica e Cirúrgica pela Faculdade de Medicina Souza Marques (RJ). É membro da American Academy of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Dermatologia Clínica e Cirúrgica (SBDCC).

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