O câncer de pele é o mais frequente no Brasil e no mundo: corresponde a 27% de todos os tumores malignos do País, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), do Ministério da Saúde. A exposição excessiva ao sol e sem o uso de filtro solar são fatores de risco para uma pessoa desenvolver diferentes tipos de câncer de pele, mas existem outros fatores de risco.
Vou explicar sobre isso em seguida.
Quem corre mais risco de sofrer com câncer de pele
Além da exposição prolongada e repetida ao sol, principalmente na infância e adolescência, outros fatores de risco para o câncer de pele são: ter pele e olhos claros, ser albino, ter vitiligo, ter histórico da doença na família e fazer tratamento com medicamentos imunossupressores.
Ainda que levar essas características em conta seja importante para que se reduza, de fato, o risco de sofrer com câncer de pele, é fundamental que se parta do princípio de que todos nós estamos sujeitos a isso. Assim, os cuidados com a prevenção não são deixados de lado.
O fator idade também deve ser considerado quando se trata de câncer de pele. E, nesse aspecto, você vai ver como iniciar a prevenção desde a infância é importante — ainda que os primeiros sinais e sintomas da doença, geralmente, só aparecem na fase adulta.
Mais comum após os 40 anos, com a constante exposição dos jovens aos raios solares, a média de idade dos pacientes vem diminuindo. De acordo com o INCA, a infância é o período da vida mais suscetível aos efeitos danosos da radiação UV, que se manifestarão mais tardiamente na fase adulta sob a forma de câncer de pele.
Já comentei com vocês que a radiação solar tem efeito cumulativo. Por isso, as medidas de proteção contra a incidências de raios ultravioleta devem ser tomadas já com os bebês, evitando a exposição ao sol nos horários de risco e fazendo uso de produtos específicos para a faixa etária.
Isso ainda educa a criança para que crie o hábito de se proteger dos efeitos nocivos do sol, levando as práticas por toda a vida.
A seguir, vamos conhecer os diferentes tipo de câncer de pele.
Saiba mais sobre os diferentes tipos de câncer de pele
A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células da pele. Essas células se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares, responsáveis por 177 mil novos casos da doença por ano. Esses são os tipo de câncer de pele não melanoma, que são os menos graves. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele e registra 8,4 mil casos anualmente.
Vamos saber mais sobre cada um deles:
- Carcinoma basocelular (CBC) — o mais prevalente dentre todos os tipos surge nas células basais, que se encontram na camada mais profunda da pele. Tem baixa letalidade e pode ser curado em caso de detecção precoce. Regiões mais frequentemente expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas, costumam ser as mais afetadas por esse tipo de câncer de pele;
- Carcinoma espinocelular (CEC) — segundo mais prevalente dentre todos os tipos de câncer, manifesta-se nas células das camadas superiores da pele. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo e apresenta sinais de dano solar, como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade da pele. E uma curiosidade: esse tipo de câncer de pele é duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres;
- Melanoma — tipo menos frequente dentre todos os cânceres da pele, o melanoma tem o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade. No entanto, quando o diagnóstico é feito de maneira precoce, as chances de cura são de mais de 90%. Por isso, é importante observar a própria pele constantemente e procurar imediatamente um dermatologista caso detecte qualquer lesão suspeita.
A seguir, explico para vocês quais são os sinais e sintomas que levam a uma suspeita de câncer de pele.
Veja mais:
Principais sintomas de câncer de pele
O câncer da pele pode se assemelhar a pintas, eczemas ou outras lesões benignas. Por isso, somente um exame clínico feito por um médico especializado ou uma biópsia podem confirmar um diagnóstico preciso da doença.
Ainda assim, conhecer bem a pele pode ajudar a perceber que algo não está bem. Nessa inspeção de rotina, vale ter atenção a sintomas como:
- Uma lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente;
- Uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho;
- Uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.
Para auxiliar na identificação dos sinais perigosos, vale conhecer a Regra do ABCDE. Ela pode ajudar na avaliação de pintas:
Regra do ABCDE
Assimetria
Assimétrico: maligno
Simétrico: benigno
Borda
Borda irregular: maligno
Borda regular: benigno
Cor
Dois tons ou mais: maligno
Tom único: benigno
Dimensão
Superior a 6mm: provavelmente maligno
Inferior a 6mm: provavelmente benigno
Evolução
Cresce e muda de cor: provavelmente maligno
Não cresce nem muda de cor: provavelmente benigno
Atenção: ainda que o autoexame da pele seja importante na rotina de cuidados com a saúde em geral, nenhum exame caseiro substitui a consulta e avaliação médica, combinado?
Para finalizar o tema câncer de pele, quero compartilhar com vocês as principais formas de tratamento da doença e reforçar as medidas de prevenção da doença.
Veja mais: Você conhece a sua pele? Dicas de cuidados essenciais
Opção de tratamento para o câncer de pele
Vamos começar falando sobre o tratamento do câncer de pele não melanoma. Nesse caso, felizmente, há diversas opções terapêuticas para o tratamento. A modalidade escolhida varia conforme o tipo e a extensão da doença, mas, em geral, a maior parte dos carcinomas basocelulares ou espinocelulares pode ser tratada com procedimentos simples.
Conheça as técnicas cirúrgicas mais comuns nesses casos:
- Cirurgia excisional — com um bisturi, faz-se a remoção do tumor e também de uma borda adicional de pele sadia, como margem de segurança. A técnica possui altos índices de cura e pode ser empregada no caso de tumores recorrentes;
- Curetagem e eletrodissecção — usadas em tumores menores e superficiais, promovem a raspagem da lesão com cureta, enquanto um bisturi elétrico destrói as células cancerígenas. Como segurança, costuma-se fazer o procedimento algumas vezes;
- Criocirurgia — promove a destruição do tumor por meio do congelamento com nitrogênio líquido. A técnica, sem cortes nem sangramento, tem taxa de cura menor do que a cirurgia excisional, mas pode ser uma boa opção em casos de tumores pequenos, superficiais ou recorrentes;
- Cirurgia a laser — remove as células tumorais usando tipos específicos de laser. Por não causar sangramentos, é uma opção eficiente para quem tem desordens sanguíneas;
- Cirurgia Micrográfica de Mohs — com uma cureta, retira-se o tumor e um fragmento de pele ao seu redor. O procedimento é repetido sucessivamente, até não restarem vestígios de células tumorais, preservando boa parte dos tecidos sadios;
- Terapia Fotodinâmica (PDT) — há aplicação de um agente fotossensibilizante na pele lesada e, após algumas horas, as áreas são expostas a uma luz intensa que destrói as células tumorais, com mínimos danos aos tecidos sadios.
Além das modalidades cirúrgicas, a radioterapia, a quimioterapia, a imunoterapia e as medicações orais e tópicas são outras opções de tratamentos para o câncer de pele do tipo não melanoma.
Agora, quando se trata do tipo melanoma, o tratamento varia conforme a extensão, agressividade e localização do tumor, bem como a idade e o estado geral de saúde do paciente. Algumas das técnicas cirúrgicas mencionadas podem ser recomendadas.
Vale lembrar que o melanoma metastático não tem cura, mas existem muitos tratamentos capazes de retardar a progressão do melanoma e melhorar a qualidade a vida do paciente, inclusive contando com testes genéticos para a determinação da melhor abordagem para cada caso.
Outros tratamentos podem ser recomendados, isoladamente ou em combinação, para o tratamento dos melanomas avançados, incluindo quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.
A seguir, confira dicas de como se proteger dos efeitos nocivos do sol e, assim, prevenir o aparecimento de câncer de pele de qualquer tipo.
Como cuidar da pele depois da exposição solar
As recomendações são da Sociedade Brasileira de Dermatologia:
- Usar chapéus, camisetas, óculos escuros e protetores solares.
- Cubra as áreas expostas com roupas apropriadas, como uma camisa de manga comprida, calças e um chapéu de abas largas.
- Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre 10 e 16 horas (horário de verão).
- Na praia ou na piscina, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material.
- Usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou de diversão. Utilizar um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo. Reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Ao utilizar o produto no dia a dia, aplicar uma boa quantidade pela manhã e reaplicar antes de sair para o almoço.
- Observar regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas.
- Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses.
- Consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo.
Se você se identifica com sinais e sintomas de câncer de pele ou não faz uma consulta de rotina há menos de um ano, procure um dermatologista. Não se esqueça: quando descoberto no início, até o tipo mais grave da doença tem mais de 90% de chance de cura!
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