Efeitos do sol na pele vão além das queimaduras. Saiba mais

Conheça os efeitos do sol sobre a pele e saiba como se proteger

Mulher jovem na praia com protetor solar nas costas e óculos escuro

Os efeitos do sol sobre a pele mais conhecidos são queimaduras solares, envelhecimento precoce, danos à visão e maior risco de câncer de pele. Mas nem tudo é assim ruim.

Quando o sol incide sobre a pele, também interage com partículas de colesterol e ajuda a formar a vitamina D, tão importante para a manutenção da nossa saúde. No entanto, essa produção pode ser garantida com exposição de 10 a 20 minutos por dia. Portanto, não se preocupe em ficar “torrando” ou dispensar o filtro solar se o objetivo é manter os níveis de vitamina D.

A seguir, explico como os efeito do sol sobre a pele ocorrem e dou dicas importantes para evitar os prejuízos.

Como os raios ultravioleta atuam na pele

Os raios ultravioleta são a mais forte radiação eletromagnética emitida pelo sol. Dependendo das condições como eles atingem o nosso corpo, podem provocar alterações nas células, e é isso que causa os efeitos do sol na pele.

Existem dois tipos de raios ultravioleta, o UVA e o UVB, com diferentes ações. Os raios UVB atingem a pele de forma mais superficial, por isso, são responsáveis pelas queimaduras e manchas. Já os raios UVA são capazes de penetrar em camadas mais profundas, trazendo consequências mais sérias como o rompimento de estruturas de sustentação (favorecendo rugas, flacidez) e o maior risco para câncer de pele, além dos danos oculares.

Ainda que a incidência mais intensa dos raios ultravioleta seja no meio do dia, é preciso considerar uma margem um pouco maior para se proteger desses efeitos do sol. Por isso, a recomendação é evitar exposição entre 10h e 16h.

E vale um alerta: não importa se o dia está claro ou nublado, a pele pode ser prejudicada da mesma forma. Isso acontece porque as nuvens não filtram os raios ultravioleta. Além disso, como no mormaço as pessoas não sentem calor, elas costumam ficar mais tempo expostas de forma desprotegida, o que aumenta o risco. Portanto, atenção!

Já que estamos falando em exposição solar, vamos saber mais sobre o nosso maior aliado nessa hora: o filtro solar.

Qual é o papel do filtro solar contra os efeitos do sol

De forma geral, a função do filtro solar é criar uma camada de proteção sobre a pele, bloqueando a ação dos raios ultravioleta.

Os produtos das mais diferentes marcas quase sempre protegem contra a radiação UVA (indicado pelo PPD) e contra os raios UVB (indicado pelo FPS, que deve ser de pelo menos 30). No entanto, quando o produto não é usado corretamente, ocorre a perda da proteção contra a radiação UVA, que é a principal responsável pelas alterações celulares mais profundas.

Antes de escolher o filtro solar, vale considerar o seu tipo de pele para que problemas como acne ou ressecamento não apareça com o uso frequente. E, sim, você precisa usar filtro solar todos os dias.

Estudos da Sociedade Brasileira de Dermatologia mostram que 70% ou mais da radiação solar que recebemos durante a vida é adquirida no dia a dia. Portanto, não economize! E na hora de fazer as compras, lembre-se de que, para as peles normais e secas, os produtos mais cremosos são recomendados. Já para as peles oleosas ou mistas, aqueles com textura mais fluida ou oil free.

E outra dica: os filtros solares com cor oferecem proteção redobrada, já que o pigmento atua como uma barreira física para os raios ultravioleta. Portanto, essa é uma excelente opção para o rosto, pescoço e colo — especialmente se você quer se manter longe de manchas e sinais de envelhecimento.

Agora, vamos relembrar qual é o uso correto do filtro solar?

  • Aplique o produto 30 minutos antes da exposição solar, para que a pele o absorva de forma adequada;
  • Distribua o filtro solar uniformemente em todas as partes de corpo, incluindo mãos, orelhas, nuca e pés;
  • Reaplique o produto a cada duas horas ou antes disso se houver transpiração excessiva ou se você entrar na água.

Para uma correta proteção contra os efeitos do sol na pele, além do filtro solar, é importante usar chapéu, óculos de sol e roupas de algodão nas atividades ao ar livre.

Aqui, conto uma curiosidade: esse tipo de tecido é capaz de bloquear a maior parte dos raios ultravioleta. Os sintéticos, por exemplo, só bloqueiam 30% da radiação. Por isso, vale atenção também na hora de escolher o tipo de guarda-sol que vai usar para se proteger: aqueles feitos de algodão ou lona absorvem 50% da radiação UV e, portanto, são os mais recomendados.

E não se esqueça que, mesmo na sombra ou dentro do mar ou piscina, é preciso se proteger. Afinal, 80% da radiação solar é refletida da água e da areia. Se você não estiver protegida pelo filtro solar, sua pele vai sofrer da mesma forma, ainda que não esteja sentindo calor ou sensação de ardência.

Mas e quando a exposição solar desprotegida já aconteceu? Como amenizar os efeitos do sol na pele quando você já está em casa? Dou algumas dicas a seguir.

Como cuidar da pele depois da exposição solar

A palavra de ordem depois da exposição solar é hidratação. Isso diminui o ressecamento causado pelos raios ultravioleta e ajuda a reestruturar as barreiras de proteção da pele. Para uma hidratação eficiente, além dos produtos pós-sol (que normalmente têm efeito calmante, que reduz a sensação de ardência), vale usar hidratantes que tenham ureia e/ou óxido de zinco na composição.

Outra medida importante para uma adequada hidratação é a ingestão de líquidos (água, água de coco e sucos naturais). Além de diminuir os efeitos do calor, isso ajuda o corpo a cumprir bem suas funções, inclusive na recuperação das células da pele que foram afetadas pelos efeitos do sol.

Além disso, é importante evitar banhos quentes e nem pense em usar esfoliantes ou produtos que tenham ácido na formulação. Se puder se manter afastada do sol por alguns dias, melhor: menores serão os danos à sua pele.

Em caso de queimaduras, especialmente aqueles causadas pela manipulação de frutas cítricas, não se automedique. Procure um dermatologista para que o tratamento seja adequado e não cause ainda mais prejuízos.

Quer saber mais dicas e novidades em saúde e beleza? Continue navegando pelo meu blog!

Dra. Carla Bortoloto
Dra. Carla Bortoloto
Médica dermatologista, CRM-SP 122.883, formada pela UNIG (RJ). Especializou-se em Clínica Médica e Medicina Interna pela Casa de Saúde São José (RJ) e em Dermatologia Clínica e Cirúrgica pela Faculdade de Medicina Souza Marques (RJ). É membro da American Academy of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Dermatologia Clínica e Cirúrgica (SBDCC).

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