Meu filho tem dermatite atópica e agora? | Dra. Carla Bortoloto

Meu filho tem dermatite atópica e agora?

A pele do seu baby, antes lisa e macia, começou a ficar seca, áspera e avermelhada? Atenção, pode ser dermatite atópica. O problema costuma surgir nos cinco primeiros anos de vida, sendo mais comum antes dos 12 meses. Trata-se de uma doença genética, que geralmente afeta crianças com histórico familiar de outras doenças atópicas, como asma e rinite. Além disso, alguns fatores externos, como agentes irritantes (produtos químicos etc.), alérgenos (ácaro, poeira etc.) e o ato de coçar a pele, podem contribuir para o surgimento de lesões na pele. Situações que causam estresse aos pequenos também podem piorar a dermatite atópica, bem como mudanças bruscas de temperatura. Já a dermatite associada a alergias alimentares é mais rara, mas quando aparece também se manifesta cedo, até o primeiro ano de idade, relacionada ao consumo de trigo, ovos, leite e soja. O principal sintoma é a coceira, que afeta o rosto, o pescoço e as dobrinhas dos braços e das pernas do bebê. O espessamento da pele e o surgimento de infecções (que surgem em decorrência das lesões provocadas pelo coça-coça) também denunciam o problema.

Como a dermatite atópica é marcada por crises recorrentes, o mais importante é investir na prevenção para evitar a evolução do quadro. A hidratação é a principal delas. Se o seu filho for diagnosticado com o problema, convém hidratar a pele dele com produtos específicos todos os dias – e não se esqueça de caprichar após o banho, para favorecer a retenção de água no organismo. Atenção também à temperatura do banho da criança, que deve ser de morna para fria, em torno de 24 graus. Para evitar o ressecamento maior da pele, use apenas sabonetes neutros e priorize as partes íntimas, as mãos e os pés. E nada de esfregar o corpo com esponjas ou buchas, o que pode aumentar as lesões. Outra dica é ficar de olho na etiqueta das roupas: em vez de materiais sintéticos, prefira as feitas com tecidos 100% algodão. E, ainda, utilize o mínimo de sabão, amaciante e outros produtos na lavagem das peças.

Por fim, mantenha a carteira de vacinação dele em dia, assim como a casa sempre limpa – retire carpetes, tapetes e brinquedos de pelúcia das áreas que o bebê circula. Aquele velho conselho de mães e avós para deixar a criança tomar sol faz sentido, sim! A exposição solar realmente melhora os sintomas, mas deve ser feita antes das 10h e após às 17h, por aquelas razões que você já sabe.

O tratamento da dermatite atópica vai depender de cada caso, daí a importância do acompanhamento de um dermatologista. Muitas vezes, ele envolve o uso de cremes à base de corticoide (para diminuir a inflamação) e antibióticos. Mas tudo deve ser receitado por um especialista, então, nada de usar um produto no bebê só porque a sua amiga testou, certo?

Fonte: http://itmae.uol.com.br

Dra. Carla Bortoloto
Dra. Carla Bortoloto
Médica dermatologista, CRM-SP 122.883, formada pela UNIG (RJ). Especializou-se em Clínica Médica e Medicina Interna pela Casa de Saúde São José (RJ) e em Dermatologia Clínica e Cirúrgica pela Faculdade de Medicina Souza Marques (RJ). É membro da American Academy of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Dermatologia Clínica e Cirúrgica (SBDCC).

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