Tire suas dúvidas sobre psoríase

8 perguntas e respostas sobre psoríase

Mãos com psoríase

A psoríase é uma doença inflamatória da pele, crônica e autoimume, com origem genética em 30% dos casos. Não é contagiosa e se caracteriza por lesões avermelhadas e descamativas, normalmente em forma de placas que aparecem principalmente no cotovelo, joelho, couro cabeludo e tronco.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), atinge cerca de 3% da população e tem como alvo pessoas com idades entre 20 e 40 anos.

A seguir, vamos tirar algumas dúvidas sobre a psoríase.

1. Existe cura para a psoríase?

Pode-se controlar a doença, mas não existe cura. Sempre haverá chance de a doença voltar, devido à diversidade de fatores que podem desencadear as crises.

2. Preciso ir ao médico quando os sintomas desaparecem?

Precisa, sim. A psoríase é uma doença crônica e mesmo os pacientes que estão momentaneamente sem lesões continuam sendo portadores. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o tratamento, na maioria das vezes, se divide em dois momentos: supressão das lesões e manutenção da pele sem lesões. Para isso, é necessário o acompanhamento constante do médico.

3. A psoríase pode ser passada de pai para filho?

Sim. A psoríase é uma doença determinada pela genética e, portanto, pode ser transmitida entre os familiares. Entretanto, não é tão fácil determinar a probabilidade da transmissão familiar da doença. Assim, não se pode ter certeza de que pais portadores de psoríase terão filhos propensos a desenvolver a doença.

4. Quais fatores melhoram e quais pioram a psoríase?

Os raios ultravioleta, o clima tropical e atividades que reduzem o estresse, como relaxamento, psicoterapia e meditação, podem amenizar os sintomas da doença. Já o consumo de bebidas alcoólicas, estresse físico ou psicológico, alterações do humor, tabagismo, trauma direto sobre a pele e climas frios podem piorar o quadro de psoríase.

5. É verdade que existem remédios que desencadeiam as crises?

Sim. Alguns anti-hipertensivos, como os beta-bloqueadores, e anti-inflamatórios não-hormonais podem desencadear crises. Os corticoides sistêmicos, via oral ou intramuscular, podem desencadear rebotes e causar o agravamento da doença.

6. Quem sofre com psoríase precisa seguir uma dieta específica?

Não. Até o momento, não existe nenhuma comprovação científica de que o curso da psoríase seja modificado por qualquer alimento. É importante, no entanto, evitar bebidas alcoólicas, que tanto podem agravar as lesões, quanto podem interagir com as medicações utilizadas, aumentando a chance de o paciente apresentar efeitos colaterais, como a toxicidade ao fígado.

7. A psoríase é uma doença psicossomática?

Doença psicossomática é aquela em que os aspectos psicológicos podem estar envolvidos tanto no surgimento como no agravamento dos sintomas. Uma vez que estresse e alterações de humor provocadas por problemas como depressão e ansiedade, por exemplo, podem desencadear ou piorar os sintomas de psoríase, a resposta é sim!

8. Quem tem psoríase pode fazer cirurgia plástica?

Não existem contra-indicações para procedimentos cirúrgicos, sejam plásticos ou não, unicamente pela psoríase. O que pode acontecer é o aparecimento de novas lesões nos locais dos cortes cirúrgicos ou agravamento generalizado da psoríase pelo estresse cirúrgico. O ideal é que o paciente sempre consulte seu dermatologista antes de realizar uma cirurgia plástica.

Curiosidades sobre psoríase

  • Mulheres que sofrem com psoríase podem engravidar normalmente;
  • O sol não é benéfico para todos os tipos de psoríase. A psoríase pustulosa e formas muito inflamatórias podem até mesmo piorar com a exposição;
  • As lesões da psoríase nem sempre provocam dor ou coceira;
  • Medicações psiquiátricas, especialmente aquelas com lítio, podem agravar a psoríase;
  • Praticamente todos os tratamentos para psoríase podem ser administrados às crianças;
  • A psoríase pode acometer os órgãos genitais (inclusive, é bastante comum que isso aconteça);
  • A artrite psoriásica é um tipo de psoríase que começa pela pele e depois de anos compromete as articulações;
  • O tratamento psicológico pode ajudar no tratamento da psoríase.

Você pode ter mais qualidade de vida!

Pessoas portadoras de psoríase podem fazer parte de grupos de apoio a fim de receber esclarecimentos sobre a doença. Além disso, manter-se no trabalho e atuando em atividades sociais é fundamental para preservar a autoestima, o que também influi no tratamento. Quem controla a psoríase melhora sua qualidade de vida, portanto, é necessário procurar a terapia mais apropriada e seguir as orientações médicas direitinho.

O dermatologista é o especialista apto a diagnosticar a doença, por meio de exame clínico. Algumas vezes é necessário uma biópsia, uma análise por microscópio de um fragmento da pele. Isso depende de cada caso. Se você se identifica com os sintomas, procure esse especialista.

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Dra. Carla Bortoloto
Dra. Carla Bortoloto
Médica dermatologista, CRM-SP 122.883, formada pela UNIG (RJ). Especializou-se em Clínica Médica e Medicina Interna pela Casa de Saúde São José (RJ) e em Dermatologia Clínica e Cirúrgica pela Faculdade de Medicina Souza Marques (RJ). É membro da American Academy of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Dermatologia Clínica e Cirúrgica (SBDCC).

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