O que não fazer por causa de um furúnculo na perna

Pode espremer? Confira dúvidas comuns diante de um furúnculo na perna

Médica dermatologista examinando possível furúnculo nas costas de homem

Quem já teve um furúnculo na perna se deparou com uma formação que, em certa medida, lembra uma acne. No entanto, essa alteração, também chamada de “cabeça de prego”, tende a formar um abscesso maior e mais profundo.

Em muitos casos, essa lesão costuma desaparecer por conta própria. Contudo, em diversas situações, a região pode apresentar uma inflamação série ou conviver com furúnculos recorrentes.

Por isso, nessas horas, a ajuda profissional pode fazer toda a diferença para solucionar a questão de maneira segura e eficaz.

As causas para o desenvolvimento de um furúnculo na perna

A Sociedade Brasileira de Dermatologia esclarece que os furúnculos são um tipo de foliculite profunda. Em outras palavras, isso significa que ele é um processo inflamatório que atinge a estrutura onde pelo fica alojado e a glândula sebácea ao lado.

Quase sempre, a inflamação é desencadeada pela presença do Staphylococcus aureus. O microrganismo se prolifera inicialmente por meio de uma infecção mais superficial até atingir as áreas mencionadas.

Na maior parte do tempo, essa bactéria fica alojada no organismo humano (sobre a própria pele ou nas narinas) sem causar qualquer problema.

Porém, ela se aproveita da presença de alguma lesão na pele, ainda que pequena, para se disseminar em outros espaços. Exemplos disso são picadas de insetos, arranhões provocados pelas próprias unhas ou mesmo pequenos cortes de lâminas de barbear/depilar.

Sinais que acompanham o aparecimento de um furúnculo

O primeiro sinal da infecção que se transformará em um furúnculo na perna (ou em qualquer parte do corpo) é um nódulo. Sua tonalidade é avermelhada, com rigidez ao toque. Além disso, a dor e a sensação de aumento na temperatura da região já costumam ser notadas.

Com o avanço da inflamação, o pus se acumula, formando um abscesso. Isso cria uma lesão com o centro amarelado. Em algum momento, a pressão por conta do líquido ali reunido faz com que o furúnculo se rompa.

A massa que se forma a partir da ruptura, misturando o pus com os fragmentos de pele da área atingida, recebe o nome de “carnegão” em algumas regiões do Brasil.

A extensão do furúnculo varia conforme o número de folículos atingidos pelo processo infeccioso. Os mais restritos apresentam o tamanho de uma ervilha, enquanto aqueles maiores podem alcançar o volume de uma bola de pingue-pongue.

Quem tem mais chance de desenvolver um furúnculo?

Qualquer pessoa pode desenvolver um ou mais furúnculos ao longo da vida sem que isso represente um problema maior, além daqueles comumente associados à lesão.

No entanto, vale considerar que pessoas com a imunidade debilitada podem ter mais chance de apresentar essa alteração. Além disso, indivíduos com determinadas condições de pele (como eczemas) e doenças crônicas (como o diabetes) também parecem ter uma maior predisposição.

Além das pernas (sobretudo nas coxas), os furúnculos podem se manifestar nas nádegas, nas axilas e no pescoço. O que essas regiões têm em comum é a alta concentração de umidade e o constante atrito, inclusive com peças de roupa.

Cuidados básicos para lidar adequadamente com a inflamação

Acima de tudo, diante da suspeita de um furúnculo, não se deve jamais apertá-lo ou espremê-lo, principalmente na tentativa de aliviar a pressão do abscesso.

Esse tipo de atitude pode ter várias consequências indesejadas. A manipulação descuidada frequentemente causa cicatrizes esteticamente desagradáveis ou faz com que a infecção se espalhe ainda mais, até mesmo atingindo a corrente sanguínea.

Em algumas situações, o tempo costuma dar conta do recado. O abscesso é absorvido pelo próprio corpo e a cicatrização acontece sem maiores contratempos de forma espontânea. Ainda assim, com o intuito de ajudar nesse processo, é possível:

  • Aplicar compressas com água morna antes do furúnculo se romper.
  • Higienizar a área da lesão com água e sabão.
  • Evitar aplicar qualquer tipo de pomada ou medicamento sem a devida orientação profissional.

Quando a lesão não melhora sozinha, a ajuda profissional é sempre a melhor iniciativa a ser tomada. A partir de uma avaliação física simples, um médico dermatologista pode determinar a melhor abordagem para o caso.

Entre as medidas eventualmente necessárias, estão a drenagem do abscesso por meio de técnicas apropriadas (com o auxílio de uma pequena agulha, por exemplo) e a prescrição de antibióticos para reverter a infecção, principalmente quando há temor de que ela se espalhe.

Confira também: O que você precisa saber sobre as causas e os tratamentos para o pano branco

O risco dos furúnculos de repetição

Quando a presença dos furúnculos é constante, o indivíduo pode estar convivendo com um quadro de furunculose.

Assim sendo, é preciso investigar melhor a natureza das lesões e confirmar se elas são mesmo resultado da infecção dos folículos. Um dermatologista capacitado pode considerar alternativas que explicam o quadro.

De qualquer maneira, algumas recomendações são valiosas para evitar que o incômodo persista e se repita. As principais são:

  • Reforçar a higiene diária.
  • Cortar as unhas bem curtas.
  • Substituir roupas de cama e toalhas semanalmente e não as compartilhar com as pessoas que moram na mesma residência.
  • Secar bem a pele depois do banho.
  • Evitar roupas justas ou que dificultam a evaporação do suor.

Ademais, o profissional que fez o acompanhamento de um furúnculo na perna ou em qualquer parte do corpo deve considerar a necessidade de reduzir a possibilidade de que a infecção se repita por meio do uso de soluções antibacterianas específicas. Com a devida prescrição, elas costumam ser aplicadas nas narinas e na pele e impedem que o microrganismo se prolifere novamente.

Aproveite e entenda melhor como é a atuação do dermatologista e de que forma ele nos ajuda a ter pele, unhas e cabelos sempre saudáveis.

Dra. Carla Bortoloto
Dra. Carla Bortoloto
Médica dermatologista, CRM-SP 122.883, formada pela UNIG (RJ). Especializou-se em Clínica Médica e Medicina Interna pela Casa de Saúde São José (RJ) e em Dermatologia Clínica e Cirúrgica pela Faculdade de Medicina Souza Marques (RJ). É membro da American Academy of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Dermatologia Clínica e Cirúrgica (SBDCC).

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