
A ceratose seborreica, também chamada de queratose seborreica, é uma alteração benigna da pele. Isso significa que, diferentemente de outras modificações que podem ocorrer na superfície, grande parte dos casos não apresenta riscos à saúde.
No entanto, tal constatação não dispensa a devida avaliação profissional. Com o acompanhamento adequado, é possível esclarecer se há a necessidade de intervenções e até eliminar eventuais desconfortos.
Tipos de ceratose na pele
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a ceratose é uma lesão que se manifesta predominantemente na camada mais superficial da pele (chamada pelos especialistas de córnea) e muitas vezes é inofensiva.
No caso das seborreicas, seu aspecto é arredondado ou irregular, com tons mais escuros e uma aparência similar à de uma verruga, atingindo sobretudo tórax e rosto.
Porém, é preciso destacar que nem todas as ceratoses são iguais. Determinadas formações precisam de cuidados e intervenções adicionais devido às chances de evolução e agravamento do quadro. Dessa forma, diagnosticar corretamente seu tipo é essencial.
As outras duas classificações da condição são:
- as actínicas, desencadeadas principalmente pela exposição constante ao sol. Por conta disso, atingem sobretudo áreas que ficam sem proteção, como o rosto, o pescoço e os antebraços. Acometem, na maioria dos casos, pessoas mais velhas e exigem atenção por conta da possibilidade de se transformarem em um câncer de pele.
- as foliculares, que se apresentam por meio de manchas esbranquiçadas ou avermelhadas com aspecto ressecado. Concentram-se nas pernas, nádegas e bochechas e, quase sempre, desaparecem sozinhas.
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Características da ceratose seborreica
Estima-se que as ceratoses seborreicas sejam as lesões benignas da pele mais comuns entre pessoas acima dos 50 anos. Elas se formam de maneira ainda mais frequente em pessoas brancas.
Não se sabe exatamente o que desencadeia a condição, mas especialistas acreditam que a herança genética possa desempenhar alguma influência na intensidade das alterações. Além disso, o histórico de exposição solar também aparenta ter certo impacto.
De qualquer maneira, as manchas surgem por consequência da proliferação desordenada de células queratínicas, que produzem a queratina presente em unhas e cabelos. A partir disso, é esperado que:
- a ceratose seborreica se inicie com pequenas elevações na pele, progredindo pouco a pouco até se assemelhar a uma verruga;
- manifeste um aspecto “colado” à pele, com aparência uniforme e bem unida à superfície;
- na maioria dos casos, tenha coloração acastanhada (manchas de outros tons são menos comuns);
- oscile em uma extensão que varia de poucos milímetros até alguns centímetros;
- não cause dor, mas possa provocar coceira ou alguma forma de sangramento.
Embora a avaliação profissional seja sempre indispensável, essas características geralmente são suficientes para diferenciar a ceratose seborreica de uma lesão maligna.
Isso porque o câncer de pele tende a se manifestar com manchas isoladas de bordas e coloração irregulares. Além disso, o crescimento acelerado das lesões também costuma ser um sinal que pode indicar um quadro mais grave.
O processo de diagnóstico da ceratose seborreica
Com isso em mente, em grande parte das vezes o médico dermatologista é capaz de confirmar a presença da ceratose seborreica apenas com um exame clínico, em que a lesão é observada com calma e atenção.
Mas, em circunstâncias específicas, uma biópsia pode ser solicitada. Assim, um pequeno fragmento é removido e enviado para o laboratório clínico.
As células que formam a mancha são analisadas no microscópio, permitindo definir sua natureza exata. Tal conduta é relevante, sobretudo, para a caracterização precisa do achado dermatológico, descartando a possibilidade de um câncer de pele.
Opções de tratamento disponíveis para lidar com a queixa
Quando não causa nenhum incômodo (seja estético ou por uma sensação de coceira), as ceratoses seborreicas não precisam ser removidas.
Nesses casos, o dermatologista pode orientar um reforço da proteção da pele antes da exposição à luz do sol e recomendar o retorno ao consultório apenas se o paciente notar alguma modificação nas manchas (como crescimento anormal, por exemplo).
Por outro lado, quando existe a necessidade de remover as formações, a escolha do método dependerá da extensão da lesão e da sua profundidade. Os recursos que podem ser utilizados incluem:
- crioterapia: em que nitrogênio líquido é aplicado para congelamento e remoção do ponto indesejado da pele;
- cauterização com corrente elétrica, lasers ou ácidos: em que os diferentes métodos são utilizados também para eliminar o desconforto localizado;
- curetagem: em que uma cureta (uma espécie de gancho) serve como ferramenta para retirar a lesão.
A recuperação depois do tratamento é relativamente simples e o esperado é de que a lesão eliminada não retorne.
Todavia, isso não dispensa a necessidade de redobrar os cuidados com a pele, em especial no que diz respeito à fotoproteção (medidas usadas para diminuir a exposição solar, prevenindo o envelhecimento e condições como o câncer).
Por isso, não vá embora sem antes conferir um guia completo de como escolher e utilizar o protetor solar da forma correta.