Criança pode pintar o cabelo? Entenda as recomendações

Com quantos anos pode pintar o cabelo? Confira informações sobre produtos capilares em crianças

Mãe arrumando cabelo de filha com escova de cabelo

Não é de hoje que os cuidados com a aparência estão se tornando uma preocupação crescente entre as crianças. Meninas e meninos – cada vez mais jovens – estão frequentando os salões de beleza em busca do “visual perfeito”.

Nesse contexto, sempre surge a dúvida: com quantos anos pode pintar o cabelo ou submeter as madeixas infantis a outros procedimentos, como os alisamentos?

O uso de tinturas, alisadores e demais produtos químicos no cabelo requer o máximo possível de cautela. Por isso, deve-se levar em consideração a idade da criança e a textura dos fios, entre outros pontos.

Afinal, criança pode pintar o cabelo?

Não é raro encontrarmos crianças com os cabelos de diferentes cores, em tons de rosa, azul, roxo, verde… ou simplesmente descoloridos. Às vezes, o incentivo para a mudança na aparência vem de colegas ou até de influenciadores na internet.

Então, antes de mais nada, vamos responder à questão: com quantos anos pode pintar o cabelo? De modo geral, colorir (ou descolorir) os fios de crianças menores de 12 anos é totalmente desaconselhado.

Nessa faixa etária, o sistema imunológico e o manto hidrolipídico (camada que protege a pele) ainda estão se formando, o que torna o couro cabeludo bem mais sensível.

Assim, a pintura talvez irrite a região, desencadeando uma reação alérgica que, nos casos mais graves, pode acompanhar a criança por toda a vida. Além disso, os fios também são mais finos e frágeis nessa época, fazendo com que o uso de tinturas os torne mais ressecados e quebradiços.

Como garantir a segurança na pintura do cabelo infantil?

A partir dos 12 anos, é possível realizar intervenções mínimas. Acima de tudo, é muito importante que os produtos aplicados sejam indicados especificamente para o uso infantil.

Em geral, tinturas e tonalizantes são elaborados com foco em adultos, então nem sempre é possível saber como as crianças responderão a eles.

É indicado observar os rótulos e conferir se eles não contêm em sua composição amônia, chumbo ou água oxigenada. Ainda assim, a aplicação deve ser realizada em salões de cabeleireiro por um profissional qualificado.

Já o uso do papel crepom para pintar o cabelo das crianças, que é uma técnica caseira bem antiga, não é recomendado em nenhuma situação.

Isso porque a tinta usada no material contém metal e outras substâncias capazes de comprometer a saúde do couro cabeludo e danificar os fios, além da possibilidade de desencadear reações alérgicas inesperadas. Ademais, a tonalidade presente no papel pode ser difícil de ser removida.

Em casa, a recomendação mais segura são os sprays coloridos, desde que sejam à base de água e devidamente destinados a esse fim. Eles promovem a coloração passageira dos fios e são facilmente eliminados no banho. Apesar disso, é sempre importante reforçar a cautela para evitar a exposição da pele a esse material.

Vale ainda destacar que, quanto mais a criança adiar a aplicação de qualquer tipo de química nos cabelos, mais tarde ela precisará de outros cuidados para recuperar os fios danificados.

De forma geral, quanto mais constantes forem as modificações capilares, maiores serão os prejuízos para os cabelos e couro cabeludo a longo prazo. E entram nessa lista também as intervenções destinadas a alisar os fios, sobretudo de maneira permanente.

A criança pode alisar o cabelo ou fazer uma escova definitiva?

Seja para soltar os cachos ou para mudar completamente o visual, tornando os cabelos lisos e escorridos, as escovas definitivas também estão cada vez mais presentes nos “cuidados de beleza” feitos pelo público infantil.

Da mesma forma como acontece com as colorações, nenhum alisamento nesses moldes deve ser realizado nas crianças com menos de 12 anos.

Além de danificarem os fios e de poderem desencadear alergias no couro cabeludo, a agressividade desses produtos causa lacrimejamento dos olhos, conjuntivites e, até mesmo, uma pneumonia química devido à sua aspiração.

Para fugir do formol, que foi utilizado por muito tempo em escovas progressivas, mas proibido pela Anvisa por conta de seus riscos à saúde (desde uma intoxicação até o óbito), muitas mães escolhem produtos com ácido glioxílico em sua formulação.

Entretanto, esta substância também libera o composto vetado quando aquecida pelo secador e pela prancha. Ou seja, é mais uma opção que deve ser evitada.

Leia também: Dicas essenciais para cuidar do cabelo das crianças

Outras formas de alisar o cabelo temporariamente

Se, eventualmente, a criança quiser exibir um look diferente que envolve o alisamento dos fios, a dica é sempre priorizar as pranchas e as escovas alisadoras convencionais. Elas são livres de qualquer química e alcançam o efeito desejado por meio da ação do calor.

Mas atenção: se essas técnicas forem utilizadas constantemente, também podem causar ressecamento dos fios e prejuízo à saúde do cabelo.

Para evitar tais danos, o ideal é realizar hidratações periódicas (mensais ou quinzenais, dependendo do estado dos fios). Elas ajudam a repor nutrientes e a manter a parte externa dos cabelos devidamente selada.

É importante ainda conversar com a criança e entender as motivações para o desejo de transformação, explicando a ela os prejuízos que o uso de produtos químicos pode desencadear, especialmente a longo prazo.

Cabe também ressaltar a beleza natural da criança e lembrá-la de que modificações passageiras, que não envolvem o uso de química, são possíveis, mas nem sempre necessárias. Assim, fica mais fácil delimitar com quantos anos pode pintar o cabelo de maneira segura e consciente.

Ainda no tema estética infantil, veja quando o uso de maquiagem é um desacolho saudável nessa fase da vida.

Dra. Carla Bortoloto
Dra. Carla Bortoloto
Médica dermatologista, CRM-SP 122.883, formada pela UNIG (RJ). Especializou-se em Clínica Médica e Medicina Interna pela Casa de Saúde São José (RJ) e em Dermatologia Clínica e Cirúrgica pela Faculdade de Medicina Souza Marques (RJ). É membro da American Academy of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Dermatologia Clínica e Cirúrgica (SBDCC).

1 Comment

  1. Elenita Noel da Silva disse:

    As informações estão excelentes muito bem especificada tirei minhas dúvidas e fiquei muito satisfeito!!

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