10 fatos sobre a saúde dos cabelos que você não pode ficar sem saber

Dossiê da saúde dos cabelos: 10 fatos que vão mudar sua rotina de cuidados

Mulher secando cabelo

A função estética dos cabelos é indiscutível. Tanto mulheres quanto homens podem ter autoestima e confiança reforçadas quando as madeixas estão saudáveis e reluzentes. Mas o papel dos fios vai além disso.

Os cabelos ainda são responsáveis pela proteção da pele contra a radiação solar, ajudam a diminuir o atrito com a pele, protegem orifícios da entrada de vírus e bactérias e, em algumas áreas do corpo, têm função tátil, de percepção de sensibilidade.

A seguir, confira 10 fatos sobre a saúde dos cabelos e se prepare para ver a sua rotina de cuidados mudar completamente!

1. Queratina é o principal ingrediente dos fios

Anatomicamente, o cabelo é composto por queratinócitos (células que produzem queratina) produzidos pelos folículos pilosos. A maior parte do cabelo é composta por essas células cheias de queratina, responsáveis pela força e resistência dos fios.

A camada mais externa da haste capilar chama-se cutícula, é bem fina, queratinizada e atua como uma barreira protetora do fio, além de ser responsável pela textura, brilho e maciez. Quanto mais fechada estiver essa cutícula, mais a saúde dos cabelos fica preservada.

O uso de produtos para cabelos que tenham queratina na formulação é uma maneira de fortalecer os fios que estão com as cutículas abertas, ou seja, que passaram por algum tipo de agressão.

Mais adiante vou retornar esse tópico!

2. Cada cabelo deve ter suas características respeitadas

Cabelos apresentam diferentes características, de acordo com a genética e o grupo étnico ao qual a pessoa pertence. As variações raciais e individuais irão determinar o padrão de crescimento e também sua forma e textura. Isso acaba ditando as diferentes maneiras de cuidados e tratamentos.

Os cabelos lisos são típicos de etnias mongólicas, orientais, esquimós e indígenas. Já os ondulados são típicos dos caucasianos, mas podem ser encontrados em diversas etnias. Os cabelos crespos, comuns na etnia negra, possuem formato elíptico e achatado helicoidal, o que lhe confere aspecto encaracolado.

Usar produtos que tenham formulação adequada para cada tipo de cabelo é importante para que os fios se mantenham saudáveis, mas o mais importante é aceitar (e amar!) o seu e, assim, evitar procedimentos agressivos que prejudiquem sua estrutura.

Vou falar sobre prejuízos e danos em seguida.

3. Cutícula dos fios é a parte que mais sofre agressões

As maiores queixas que recebo na rotina de consultas são pontas-duplas, cabelos porosos, difíceis de pentear, quebradiços e eriçados, com frizz. Esses são sinais de que os fios não estão íntegros.

Quando estão saudáveis, eles conseguem preservar as moléculas de água e proteínas seladoras em seu interior. É essa condição que faz com que os cabelos fiquem maleáveis, hidratados e com brilho.

Nos cabelos danificados, as cutículas permanecem abertas e isso faz com que o fio perca umidade, brilho e resistência. É isso que acontece, por exemplo, com os quimicamente tratados. Por isso, há necessidade de se fazer reconstruções, cauterizações e hidratações com certa frequência para que os fios tenham uma boa aparência.

Mas não é só à maior frequência no salão que você deve atentar. A saúde dos cabelos também depende do que se coloca no prato. Confira!

4. Alimentação saudável também é parte da rotina de cuidados

Os nutrientes dos alimentos ajudam o organismo a cumprir todas as suas funções de maneira adequada. Inclusive, no que diz respeito à saúde dos cabelos.

Como cerca de 97% da estrutura dos cabelos é composta por proteínas (especialmente a queratina, como comentei anteriormente), a alimentação deve dar certa prioridade a elas. Quando há carência proteica na dieta, o resultado pode ser fios mais finos ou quebradiços, menor velocidade de crescimento e até queda permanente.

Os ácidos graxos, as vitaminas do complexo B, além de minerais como zinco e cobre, também são essenciais para a saúde dos cabelos, atuando principalmente no crescimento e na melhor resistência da fibra capilar.

E como conseguir todos esses nutrientes? Manter uma alimentação balanceada, variando entre diferentes tipos de verduras, legumes, frutas e grãos, é sempre uma boa alternativa. Evitar produtos industrializados, com alto teor de açúcar e conservantes, também é importante para que os fios não sofram como consequência de danos na saúde geral.

E, falando em crescimento, a seguir, vou comentar alguns fatos curiosos sobre o assunto.

Veja mais: 7 dicas para manter os cabelos fortes e bonitos no pós-parto

5. Crescimento e queda devem estar em harmonia

O folículo piloso, local no qual se originam cabelos e pelos, começa a se desenvolver ainda na fase embrionária, por volta da nona semana da gestação. Após a 22ª semana, todos os folículos do corpo já estão maduros. Isso significa que o número de folículos que uma pessoa terá já está determinado antes mesmo de ela nascer.

Além disso, os pelos do corpo possuem um padrão de crescimento característico, alternando as fases de crescimento com as de repouso. A duração e a intensidade dessas fases dependerão da localização do pelo.

O ciclo de crescimento do fio dura normalmente de 2 a 7 anos. O cabelo chega a crescer cerca de um centímetro por mês. Em média, uma pessoa possui 100 mil fios de cabelo e é esperado que de 100 a 200 fios caiam por dia. Mas essa quantidade de perda pode variar muito, afinal, nem todo mundo trata os cabelos da mesma maneira.

Além disso, fatores genéticos, hormonais e a própria idade podem influenciar esse processo. Procure um dermatologista sempre que sentir mudanças no seu padrão de queda ou diminuição na quantidade de cabelo.

A seguir, vou falar sobre cuidados de rotina e como esses rituais de beleza aparentemente tão simples podem ajudar ou afetar a saúde dos cabelos.

6. Higiene capilar não tem regra

Lavar os cabelos todos os dias ou não depende do tipo de cabelo e da região onde a pessoa mora. Isso porque existem fatores individuais e ambientais que influenciam na oleosidade e ressecamento dos fios.

Quem está em regiões mais úmidas pode lavar os cabelos todos os dias, especialmente se tiver raiz oleosa e fios finos. Pessoas mais maduras, mulheres na pós-menopausa, negras e aquelas com cabelos secos devem lavar com menos frequência para que o sebo do couro cabeludo tenha tempo de se distribuir pelos fios. Isso é fundamental para manter as cutículas seladas e os fios, hidratados.

Mas isso não é motivo para ficar muitos dias sem lavar o cabelo, hein? Nessa condição, a tendência é que o couro cabeludo (já oleoso) fique ainda mais oleoso, o que favorece o surgimento da dermatite seborreica.

Agora, se uma pessoa com cabelos secos lavá-los mais do que deveria, a tendência é que fiquem ainda mais ressecados, com aquele efeito frizz. Nesse caso, além de lavar com menos regularidade, também é importante evitar o excesso de detergente que os xampus contêm.

Vou falar a seguir sobre o papel dos produtos cosméticos nessa história toda.

7. Existe um jeito certo de usar produtos para cabelos

A maioria dos laboratórios recomenda duas aplicações do xampu. A primeira funcionaria para tirar resíduos superficiais e a segunda, lavar o couro cabeludo. Mas isso também não precisa ser uma regra.

Como a quantidade de detergentes de grande parte dos xampus é muito alta, uma só aplicação pode ser suficiente, especialmente para quem tem cabelos mais secos ou quimicamente tratados. Essa aplicação única, no entanto, deve ser caprichada.

Aplique o xampu no couro cabeludo e, logo em seguida, faça uma massagem suave, com as pontas dos dedos (não com as unhas!). O ideal é que o xampu permaneça ali por dois a três minutos. Na sequência, ele vai descendo e removendo os resíduos que ficam no comprimento dos cabelos até a ponta.

Já os condicionadores têm a função de neutralizar as cargas negativas dos fios, reduzindo o frizz, melhorando o pentear e a maciez. Os principais componentes são detergentes catiônicos, formadores de filme, derivados de proteínas e silicones.

Esses produtos devem ser aplicados quando os fios estiverem livres do xampu e sempre da metade dos cabelos para baixo, nunca no couro cabeludo, onde podem aumentar a oleosidade e favorecer o aparecimento de dermatite seborreica.

Sobre outos produtos, modeladores, géis e fixadores sem álcool de boa procedência não prejudicam os fios nem causam queda de cabelo, desde que não sejam usados diariamente e sejam devidamente removidos nas lavagens.

E as tinturas? Como atuam sobre a saúde dos cabelos? Vamos ver a seguir.

8. Nem todas as tinturas são iguais e algumas são melhores

As tinturas podem ser divididas entre permanentes, semipermanentes e temporárias. Cada uma tem uma forma de atuação sobre o fio, trazendo mais ou menos danos à saúde dos cabelos. Vamos conhecer as particularidades de cada tipo:

  • Tinturas permanentes — são soluções à base de amônia e água oxigenada que dependem de uma reação de oxidação para chegar ao resultado desejado. O produto penetra no fio do cabelo e muda a cor de maneira permanente. É o tipo de tintura mais indicado aos cabelos brancos e grisalhos, pois o pigmento é permanente e não sai com as lavagens. A desvantagem do produto é deixar os fios mais ásperos e secos;
  • Tinturas semipermanentes — também chamadas de tonalizantes, são pigmentos que tingem os fios por até doze lavagens. Usa-se apenas para escurecer, nunca clarear. Aplicadas nos fios úmidos, penetram apenas na camada externa. Não possuem amônia;
  • Tinturas temporárias — não penetram em nenhuma camada do fio, não modificam o tom natural e geralmente duram apenas uma lavagem. Em geral, elas causam menos reações alérgicas ou dermatites de contato. São de fácil aplicação e não agridem o cabelo;
  • Descolorantes — dissolvem e retiram a melanina (substância responsável pela cor) do fio, parcial ou integralmente, clareando o cabelo de acordo com o tempo de aplicação. É o que ocorre em procedimentos como luzes, reflexos ou mechas.

Independentemente da sua escolha, é importante conhecer os componentes do produto e fazer alguns testes, aplicando uma pequena quantidade sobre a pele antes da utilização no couro cabeludo. Isso pode ajudar a evitar reações alérgicas. Mas, caso isso aconteça, suspenda o uso imediatamente.

Falando em riscos, vamos saber mais sobre os terríveis efeitos do formol!

9. Alisamento com formol pode até colocar a vida em risco

No Brasil, muitos salões de beleza ainda insistem em usar o formol em suas fórmulas de alisamento, ainda que o procedimento esteja proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) desde 2009.

Essa proibição aconteceu porque produtos que contêm formol em suas formulações podem causar diversos malefícios à saúde. A lista inclui:

  • Irritação, coceira, queimadura, inchaço, descamação e vermelhidão do couro cabeludo;
  • Queda de cabelo;
  • Ardência e lacrimejamento dos olhos;
  • Alergias;
  • Maior risco de câncer nas vias aéreas superiores (nariz, faringe, laringe, traqueia e brônquios);
  • Dores abdominais, enjoos e alterações gastrointestinais;
  • Em casos mais graves, até a morte.

Se você quer alisar os cabelos, opte somente por procedimentos seguros, que usem produtos registrados pela ANVISA. Jamais coloque a sua vida em risco em nome de fios mais lisos. Cabelo bonito é cabelo que está em uma pessoa saudável. Sem contar que cachos são lindos e estão sempre em alta. Ame os seus!

Para finalizar, vamos falar sobre queda de cabelo, uma das principais queixas de homens e mulheres.

10. Queda de cabelo tem diversos tratamentos

A queda excessiva dos cabelos tem impacto significativo na aparência e pode ser fonte de preocupação para homens e mulheres.

A alopecia androgenética, também conhecida como calvície, é um problema que pode levar à perda total ou parcial dos cabelos. Embora seja mais comum entre o sexo masculino — a Sociedade Brasileira de Dermatologia estima que 80% dos homens com mais de 80 anos sofram com o problema — também pode afetar o sexo feminino.

Uma diferença que a gente observa entre os dois casos é que, nos homens, a perda de cabelo tende a se concentrar no topo do couro cabeludo. Nas mulheres, é mais difusa.

A alopecia androgenética é desencadeada por inúmeros fatores de ordem genética e hormonal: está associada ao excesso de hormônios andrógenos (masculinos). Como as mulheres já sofrem diversas alterações desse tipo de hormônio ao longo da vida, especialmente durante a gestação e no pós-parto, isso pode ser um problema.

Hoje, há inúmeras opções de tratamento tanto para alopecia quanto para outras formas de queda de cabelo. Dentre as opções terapêuticas estão os medicamentos tópicos (aplicados diretamente no couro cabeludo) e orais, além de procedimentos com lasers que podem estimular o crescimento dos fios.

Para saber o que é mais adequado para cada caso, é necessário consultar um dermatologista, que fará uma investigação das características e das prováveis causas do problema.

Se você está passando por isso ou percebeu outras alterações na saúde dos cabelos ou do couro cabeludo, venha conversar comigo!

Quer saber mais dicas e novidades em saúde e beleza? Continue navegando pelo meu blog!

Dra. Carla Bortoloto
Dra. Carla Bortoloto
Médica dermatologista, CRM-SP 122.883, formada pela UNIG (RJ). Especializou-se em Clínica Médica e Medicina Interna pela Casa de Saúde São José (RJ) e em Dermatologia Clínica e Cirúrgica pela Faculdade de Medicina Souza Marques (RJ). É membro da American Academy of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Dermatologia Clínica e Cirúrgica (SBDCC).

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