
A criolipólise costuma ser chamada de lipoaspiração sem cortes. E isso tem tudo a ver com o fato de ser um procedimento não invasivo e clinicamente testado que reduz camadas de gordura em áreas específicas do corpo.
Mas antes que você se empolgue com a ideia de deixar dieta e exercícios de lado para combater sobrepeso e obesidade com criolipólise, já adianto que a proposta não é bem essa. O que se pode obter com o procedimento é um resultado estético, não sistêmico.
Vamos saber mais sobre como tudo isso funciona.
Como surgiu a criolipólise
Os primeiros passos sobre o procedimento foram dados em 1997, quando surgiram relatos de casos clínicos que demonstravam a possibilidade de diminuição da camada de gordura se a região fosse submetida a baixas temperaturas.
De acordo com um trabalho realizado pelo Grupo de Estudo em Tecido Subcutâneo da regional de São Paulo da Sociedade Brasileira de Dermatologia, um primeiro relato mostrava a diminuição de gordura nas bochechas de crianças que consumiam picolés e um outro observou o mesmo efeito nas coxas de pessoas que andavam a cavalo em temperaturas muito baixas.
Diante disso, estudos começaram a ser feitos e conseguiram evidenciar a redução da camada de gordura em pele de porco 90 dias após o procedimento de criolipólise.
Esse resultado fez os cientistas concluírem que o resfriamento desencadeia a morte natural das células de gordura e que elas são mais suscetíveis ao frio do que as células da pele, dos nervos ou dos músculos. Por isso, a criolipólise pode eliminar a gordura sem comprometer os tecidos que estão ao redor.
Depois dessa pequena aula de história, vamos entender com o procedimento é realizado.
O que é a criolipólise
A criolipólise é uma tecnologia de resfriamento que ataca somente as células de gordura no local da aplicação, induzindo à eliminação de forma natural, controlada e sem danificar os tecidos ao redor. Essa é a definição da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Para isso, é utilizado um aparelho que tem ventosas (aplicadores) de diversos tamanhos. A escolha do aplicador vai depender da quantidade de gordura e da área do corpo que vai ser tratada pela criolipólise.
Durante o procedimento, o tecido é sugado por vácuo moderado para dentro da cavidade do aplicador, ficando em contato com duas placas internas de resfriamento. A temperatura dessas placas é controlada por sensores que monitoram o tecido durante todo o tratamento.
Ah, e a pele fica protegida do frio por uma manta embebida em um gel anticongelante que é colocada antes do posicionamento dos aplicadores.
Ao fim do ciclo, que tem duração média de 60 minutos, assim que os aplicadores são retirados, deve-se massagear a área de forma vigorosa por cerca de dois minutos. Isso tem papel importante no resultado.
A seguir, vamos conhecer as indicações da criolipólise.
Veja mais:
Criolipólise atua em pontos estéticos específicos
Como comentei lá no começo, a criolipólise não tem indicação para perda de peso. Ainda que tenha eficiência comprovada na eliminação de gordura, o procedimento tem foco na estética mesmo, atacando aquele acúmulo de tecido adiposo que resistiu a dietas e exercícios.
Assim, a criolipólise é indicada para o tratamento de acúmulos de gordura localizada, bem definidos e com limites visíveis, em quantidade suficiente para preencher a cavidade do aplicador do aparelho.
As áreas mais comuns de tratamento são abdômen superior e inferior, flancos (aqueles pneuzinhos que ficam ao redor da cintura) e as costas. Entretanto, tem-se observado ótimos resultados da criolipólise em regiões como parte interna das coxas, culotes, braços e até papada.
O tratamento pode ser feito em mais de uma parte do corpo, mas uma mesma área só pode ser submetida a uma nova sessão de criolipólise após pelo menos oito semanas. Esse é o tempo necessário para o organismo se recuperar do processo inflamatório desencadeado pelo procedimento.
Mas uma dica importante: o resultado do procedimento só é percebido após dois a três meses da aplicação. É quando o corpo terá usado o sistema linfático e o fígado para metabolizar (e reduzir!) até 25% da gordura localizada naquele ponto. Então, a possibilidade de uma nova sessão do procedimento, no mesmo local, só deve ser considerada depois de tudo isso. Sem pressa.
Quer saber se a criolipólise é indicada para você? Confira a seguir as principais contraindicações, que ja adianto: são mínimas!
Conheça contraindicações e possíveis efeitos adversos
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, as contraindicações para criolipólise incluem: gestação, hérnia no local e doenças relacionadas ao frio, como a crioglobulinemia, já que se trata de uma técnica que tem como base o congelamento das células.
Diabetes, problemas cardíacos ou outras contraindicações para cirurgia não são impedimentos para quem quer se submeter à criolipólise.
Quanto aos efeitos adversos, quando o procedimento é feito corretamente (em prega cutânea compatível, com uso da manta protetora e massagem ao fim do ciclo), a pessoa pode apresentar sinais e sintomas como:
- Dor leve a moderada e alterações sensoriais no local, que podem persistir por até duas a três semanas;
- Eritema (vermelhidão da pele) e hematoma (manchas roxas) podem ocorrer pela sucção da ponteira, podendo persistir por até quatro semanas;
- Cólicas e espasmos musculares.
Como mencionei anteriormente, o processo de eliminação da gordura envolve o sistema linfático e o fígado, e isso deixa muita gente em dúvida quanto a possíveis consequências da criolipólise para essas estruturas ou o próprio metabolismo.
Sobre isso, não precisa se preocupar! Estudos demonstraram que o procedimento não faz com que ocorram mudanças nas dosagens de colesterol, triglicérides ou de função hepática.
Se você tiver outras dúvidas sobre criolipólise, venha conversar comigo! Vou ter o maior prazer em esclarecer todas elas e apontar a melhor alternativa para o seu problema estético.
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