Suando muito? Entenda o que pode ser suor excessivo

Suando em excesso? Entenda o que pode ser

Mulher com suor em excesso e camiseta molhada

Apesar de muitas vezes ser desagradável, saiba que suar é vital para regular nossa temperatura corporal, além de ser importante para liberação de algumas toxinas. Mas o que pode ser suor excessivo?

Esse pode ser um alerta de que há algo de errado com sua saúde.

Suar muito pode ser sinal de uma doença conhecida como hiperidrose.

O suor é um líquido produzido pelas glândulas sudoríparas que se localizam na derme.

O suor é composto principalmente de água, mas podemos encontrar outras substâncias retiradas do sangue pelas glândulas sudoríparas, como ureia, ácido úrico e cloreto de sódio. Alguns alimentos e medicamentos, como alho, cebola, antibióticos, vitaminas e algumas toxinas, podem ser eliminados pelo suor.

Em nosso corpo há cerca de dois milhões de glândulas sudoríparas distribuídas em todas as regiões, exceto nos mamilos, lábios e órgãos genitais, sendo que a maior parte delas se localiza no rosto, palma das mãos e planta dos pés.

O que pode ser suor excessivo?

É normal suar quando se está calor, durante a prática de atividades físicas ou em certas situações específicas, como momentos de raiva, nervosismo ou medo.

Porém, a sudorese excessiva ocorre mesmo sem a presença de qualquer desses fatores.

As pessoas acometidas por hiperidrose têm as glândulas sudoríparas hiperfuncionantes.

Essa condição pode ser decorrente de condições emocionais ou hereditárias afetando diferentes regiões do corpo como axilas, palmas das mãos, rosto, cabeça, plantas dos pés e virilha.

O suor em excesso também pode estar relacionado a doenças metabólicas, lesões neurológicas e problemas hormonais. Conheça possíveis causas:

  • Acromegalia (crescimento anormal das extremidades, como mãos e pés);
  • Condições associadas à ansiedade;
  • Câncer;
  • Síndrome carcinoide (sintomas decorrentes de tumor carcinoide);
  • Abuso de determinados medicamentos e substâncias;
  • Distúrbios de controle de glicose;
  • Doença cardíaca;
  • Hipertireoidismo;
  • Doença pulmonar;
  • Menopausa;
  • Doença de Parkinson;
  • Feocromocitoma (tumor nas células das glândulas adrenais);
  • Lesão na medula espinhal;
  • Derrame;
  • Tuberculose ou outras infecções.

Em todos os casos, só o médico poderá realizar o diagnóstico correto e determinar o tratamento mais indicado.

Tipos de hiperidrose

O principal sintoma da hiperidrose é o suor excessivo, seja em todo o corpo ou em áreas localizadas, como axilas, mãos, pés ou rosto.

Existem dois tipos de hiperidrose, primária focal e secundária generalizada.

  • Primária focal

Costuma surgir na infância e adolescência, geralmente, nas mãos, pés, axilas, cabeça ou rosto. As pessoas não suam quando dormem ou em repouso. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a hiperidrose primária focal afeta de 2% a 3% da população.

  • Secundária generalizada

Costuma surgir na vida adulta e ao contrário da hiperidrose focal primária, as pessoas com a secundária suam em todas as áreas do corpo ou em regiões incomuns. Outra diferença é que as pessoas podem transpirar também em repouso.

5 dicas para lidar com o suor no dia a dia

A hiperidrose não é considerada uma doença grave, contudo o portador pode ter a sensação de desconforto, além de constrangimento no convívio social com a roupa molhada de suor.

Separamos algumas dicas que podem ajudar a minimizar a situação:

  1. Manter axilas e virilhas depiladas ajuda na evaporação do suor e impede o mau cheiro causado pelas bactérias;
  1. Preferir desodorantes à base de substâncias neutras;
  1. Fazer compressas com chá-preto auxilia na diminuição da sudorese, já que o chá contém ácido tânico, que desacelera a produção da glândula sudorípara;
  1. Desodorantes antiperspirantes reduzem a produção de suor em virtude da ação de compostos à base de alumínio;
  1. Se o que incomoda em seu suor é o odor, use desodorantes que contenham bactericidas em sua constituição.

Tratamento

Em geral, o limite entre a transpiração considerada normal e a hiperidrose está em quanto o suor excessivo incomoda a pessoa.

Após o médico dermatologista determinar as causas da hiperidrose diagnosticando alguma doença ou uso de medicação, existem alguns tratamentos disponíveis.

Alguns medicamentos podem inibir a produção de suor, além de ser possível realizar procedimentos como a aplicação de toxina botulínica nas áreas onde o suor é excessivo ou a iontoforese, onde uma leve corrente elétrica é aplicada nesses locais.

Para os casos mais graves, existem ainda procedimentos cirúrgicos que visam ajudar o paciente com essa condição, como a lipoaspiração da axila e ainda uma cirurgia que visa inibir o nervo que causa suor excessivo na planta do pé e na palma da mão.

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Dra. Carla Bortoloto
Dra. Carla Bortoloto
Médica dermatologista, CRM-SP 122.883, formada pela UNIG (RJ). Especializou-se em Clínica Médica e Medicina Interna pela Casa de Saúde São José (RJ) e em Dermatologia Clínica e Cirúrgica pela Faculdade de Medicina Souza Marques (RJ). É membro da American Academy of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Dermatologia Clínica e Cirúrgica (SBDCC).

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