Já ouviu falar em pano branco? Veja o que causa esse problema!

O que você precisa saber sobre as causas e os tratamentos para o pano branco

Dermatologista analisando pano branco

É provável que você nunca tenha ouvido falar em pitiríase versicolor. Porém, esse é um tipo de micose bastante comum, que é bem conhecida pelo seu nome popular, o pano branco. Tal condição é provocada pela proliferação de um fungo e tem como principal sintoma justamente a formação de manchas brancas na pele (o que explica o nome mais utilizado).

Embora a maioria das pessoas consiga eliminar esses fungos e as manchas brancas com o devido tratamento orientado por um médico, é preciso observar alguns cuidados que podem ajudar a prevenir que o problema retorne no futuro.

Por que o pano branco aparece

A pitiríase versicolor é causada por fungos do gênero Malassezia. Contudo, seu contágio não se dá através do contato com o microrganismo no ambiente. Pelo contrário: as leveduras estão a todo o momento alojadas nos folículos pilosos, estruturas responsáveis pelo espaço do crescimento dos pelos.

A questão é que, na maior parte do tempo, o fungo fica ali sem se proliferar ou causar qualquer problema para a pele. Todavia, algumas mudanças no organismo podem fazer com que as condições para sua disseminação se tornem mais propícias, fazendo com que ele se multiplique e provoque as alterações características do pano branco.

Assim sendo, entre as circunstâncias capazes de contribuir para o desenvolvimento do problema estão:

  • Calor e umidade em excesso (inclusive por conta do acúmulo de suor).
  • Aumento na oleosidade na pele.
  • Quedas na imunidade, que podem provocar brechas para a disseminação do fungo.
  • Quadros de desnutrição, que também contribuem para enfraquecer os sistemas de defesa.
  • Uso de determinados medicamentos (como corticoides, anticoncepcionais e imunossupressores).
  • Condições de saúde como diabetes ou determinadas alterações hormonais.

Pano branco é contagioso?

Mesmo sendo causada por um fungo, o pano branco não é contagioso. Além disso, a proliferação do microrganismo não tem qualquer relação com a falta de higiene.

Sinais e sintomas do pano branco

A partir do momento em que a infecção micótica se espalha, os sinais esbranquiçados, geralmente nas costas, nos ombros e no abdômen tendem a surgir. Essas manchas não somem mesmo quando a pele fica bronzeada. Em determinados casos, a pessoa pode sentir também coceira na região afetada.

Embora na maioria dos casos o fungo deixe manchas brancas redondas ovais com aspecto levemente escamoso, pode haver alterações para tons avermelhadas ou marrons, conforme a cor da pele do indivíduo (o que explica o “versicolor” do nome técnico da condição).

Como tratar adequadamente essa alteração na pele

Uma avaliação clínica feita por um médico (de preferência um dermatologista) costuma ser suficiente para diagnosticar o pano branco. Para auxiliar no processo, o profissional pode usar uma luz específica para verificar se as lesões florescem ao serem iluminadas, o que é uma característica dessas manchas.

Esse exame cuidadoso também é importante para diferenciar a pitiríase versicolor de outras possíveis modificações na pele causadas por condições diferentes. Entre exemplos disso estão quadros de dermatite seborreica, psoríase, vitiligo ou mesmo sífilis, infecção sexualmente transmissível que pode provocar lesões pelo corpo em determinado estágio da evolução do quadro.

Nas circunstâncias em que for difícil chegar a uma conclusão sobre o diagnóstico, o médico pode solicitar uma pesquisa laboratorial que busca a presença de fungos ou determinadas bactérias na pele. Em último caso, um fragmento da superfície pode ser encaminhado para uma biópsia.

Com o diagnóstico confirmado, o tratamento envolve sobretudo o uso de antifúngicos. Eles podem ser de uso oral ou tópico (ou seja, aplicados sobre a pele).

Com a medicação, é esperado que a descamação desapareça em alguns dias. Na sequência, pouco a pouco, as manchas também começam a sumir. Junto da medicação, o médico também poderá recomendar a exposição protegida ao Sol com o objetivo de reparar a coloração da pele.

Veja também: Outras possíveis causas para diferentes tipos de manchas na pele

As medidas de prevenção para evitar novos quadros de pano branco

Se mantido até o fim, o tratamento contra o pano branco costuma ser bastante eficiente. Para isso, é preciso continuar utilizando o medicamento por algumas semanas mesmo depois que a escamação suma.

Além disso, pode ser importante seguir algumas recomendações para impedir que a infecção volte a aparecer após a recuperação completa. Isso pode acontecer em períodos em que o calor e a umidade predominam. Algumas das recomendações básicas para isso são:

  • Tentar ao máximo manter a pele seca, inclusive por conta do acúmulo de suor em excesso.
  • Controlar a oleosidade.
  • Usar roupas leves e folgadas e de preferência de tecidos naturais, que deixem a pele ventilada.
  • Empregar, sempre com orientação profissional, determinados medicamentos orais ou tópicos (inclusive na forma de sabonetes), que podem ajudar a prevenir uma nova disseminação do fungo.
  • Retornar ao médico sempre que aparecerem sinais sugestivos do retorno do problema.

Em resumo, o pano branco é uma infecção fúngica causada por um microrganismo já presente no organismo e que provoca manchas na camada superior da pele, quase sempre sem maiores desconfortos adicionais. Ainda assim, tratar tal condição é essencial principalmente para evitar as consequências sobre a coloração da superfície.

Como falamos bastante de clima quente, entenda agora causas possíveis para a sudorese excessiva.

Dra. Carla Bortoloto
Dra. Carla Bortoloto
Médica dermatologista, CRM-SP 122.883, formada pela UNIG (RJ). Especializou-se em Clínica Médica e Medicina Interna pela Casa de Saúde São José (RJ) e em Dermatologia Clínica e Cirúrgica pela Faculdade de Medicina Souza Marques (RJ). É membro da American Academy of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Dermatologia Clínica e Cirúrgica (SBDCC).

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