A rosácea é uma doença vascular inflamatória crônica que, erroneamente, também é chamada de “acne rosácea”. O termo está errado porque a acne é uma doença da glândula sebácea que se difere da rosácea tanto nos aspectos clínicos quanto nas características gerais. Além disso, as causas também são diferentes. Vamos falar mais sobre isso em seguida.
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Rosácea pode ter genética, estresse e microrganismos da pele como causa
A rosácea ocorre principalmente em adultos entre 30 e 50 anos de idade. Ainda que seja mais frequente em mulheres, também atinge muitos homens e, neles, o quadro tende a ser mais grave.
A origem da rosácea ainda não é conhecida. Há uma predisposição individual (mais comum em brancos e descendentes de europeus) que pode ser familiar (30% dos casos), evidenciando uma possível base genética. Ainda há forte influência de fatores psicológicos, especialmente o estresse não controlado.
Hoje, a Sociedade Brasileira de Dermatologia também considera como possível causa de rosácea a importante participação de um ácaro da flora normal da pele chamado Demodex folliculorum e da bactéria Bacillus oleronius.
Outro ponto interessante que podemos abordar é a relação da rosácea com outras doenças. Com frequência, o problema pode ocorrer com dermatite seborreica e já foi associada a enxaqueca e distúrbios gastrointestinais e neurológicos. Mas, excluindo a dermatite seborreica, a relação com todas as outras condições ainda não foram confirmadas por estudos científicos. Então, fica só a título de curiosidade mesmo.
Mas como diferenciar um quadro de acne ou uma vermelhidão comum de um caso de rosácea? A seguir, falo sobre os sintomas da doença.
Sintomas de rosácea são bastante característicos
A rosácea é uma doença que afeta principalmente a região central do rosto e pescoço, e se caracteriza por uma pele sensível, geralmente mais seca, que começa a ficar vermelha e irritada espontaneamente ou por conta de agentes externos.
Os mais comuns são consumo de bebidas alcoólicas, exposição solar excessiva e/ou desprotegida, exposição a vento ou frio, ingestão de alimentos quentes, uso de cosméticos e até crises que afetam a saúde mental, como ansiedade estresse.
Na fase pré-rosácea, há uma vermelhidão discreta no rosto, que se agrava com surtos de duração variável. Aos poucos, os episódios podem se tornar frequentes e até permanentes. Um sintoma pode ser mais proeminente que outro, variando muito de uma pessoa para outra.
As lesões típicas de rosácea não necessariamente evoluem. Mas quando isso acontece, junto com a vermelhidão, aparecem vasos finos e pústulas que lembram a acne. Sintomas oculares, de olho seco e sensível, também podem ocorrer em 50% dos casos. Por isso, pode ser interessante o acompanhamento de um oftalmologista.
Ainda que a rosácea não tenha cura, é possível prevenir as crises e até controlar os sintomas. Para isso, desenvolver o autoconhecimento é essencial. Afinal, o primeiro passo do tratamento é afastar todos os agravantes ou desencadeantes das crises.
Vou falar mais sobre isso a seguir.
Tratamento pede que você conheça o que desencadeia a sua rosácea
Uma vez afastados os fatores que desencadeiam a vermelhidão característica da rosácea, a próxima etapa do tratamento inclui orientações mais específicas.
Em geral, o processo se inicia com o uso de sabonetes adequados, além de protetor solar com elevada proteção contra UVA e UVB e com veículo adequado ao seu tipo de pele. Também pode ser recomendado o uso de certos medicamentos, como antimicrobianos tópicos e antiparasitários.
Existe uma linha de pesquisa que relaciona o desenvolvimento de rosácea a um perfil específico de bactérias presentes na flora intestinal. Com isso, o uso de probióticos específicos também surge como alternativa no tratamento da doença.
Para atenuar os sintomas, procedimentos envolvendo aplicação de toxina botulínica, laser, luz pulsada, radiofrequência e dermoabrasão podem ter um excelente resultado. Mas isso não vale para todo mundo.
Só o dermatologista pode avaliar o grau e a fase da rosácea, além de toda a condição clínica da pessoa, antes de indicar a melhor alternativa.
Aproveito para reforçar a importância dessa avaliação dermatológica. A pele de quem sofre com rosácea é extremamente sensível a produtos químicos e físicos como sabões, higienizadores alcoólicos, adstringentes, abrasivos e peelings. Portanto, todo o tratamento deve ser feito com prescrição médica.
Não faça nada por sua conta ou simplesmente porque deu certo com outra pessoa.
O seu papel no tratamento da rosácea é identificar e evitar os fatores desencadeantes. O restante, fica por conta do dermatologista no que se refere à pele e do oftalmologista no caso de sintomas oculares. Combinado?
A seguir, dou algumas dicas de como prevenir as crises com medidas simples.
7 dicas que podem ajudar a prevenir as crises de rosácea
- Faça um diário relacionando suas atividades, alimentação, estresse e outros fatores ao aparecimento ou piora dos sintomas de rosácea;
- Use protetor solar com alto fator de proteção todos os dias, já que a radiação ultravioleta é, comprovadamente, um agravante do problema;
- Evite consumo excessivo de bebidas alcoólicas, comidas quentes ou condimentadas, temperatura muito fria ou muito quente;
- Cuidado com medicamentos vasodilatadores – sempre mencione a rosácea a outros médicos;
- Deixe para usar maquiagem só em ocasiões especiais;
- Não use, por sua conta, ácidos tópicos, sabonetes agressivos com álcool ou acetona, nem faça esfoliações ou tratamentos agressivos de qualquer natureza;
- Visite periodicamente um dermatologista para ter orientações específicas para o seu caso.
Se você se identifica com os sinais e sintomas de rosácea, entre em contato.
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