Psoríase no verão? Tire todas as suas dúvidas!

Veja as principais dúvidas de quem tem psoríase para curtir o verão e 6 recomendações para amenizar os sintomas

Mulher tomando cuidado com sol devido psoríase no verão

É comum pacientes com psoríase relatarem medo ou vergonha de se exporem ao sol no verão. No entanto, com os cuidados necessários é possível curtir a estação sem prejudicar a pele.

A psoríase é uma doença de pele comum que não é contagiosa, ou seja, não passa de uma pessoa para a outra. Ela possui caráter cíclico, com sintomas que aparecem ou amenizam com o passar do tempo.

Dia 29 de outubro é o Dia Mundial da Psoríase. A data, estabelecida pela Organização Mundial da Saúde, visa conscientizar e alertar as pessoas sobre o que é a psoríase. O principal objetivo é reduzir o preconceito e a discriminação contra os pacientes. Isso porque, muitos deles se isolam, o que pode provocar sintomas depressivos e outros impactos psicológicos.

Ela é uma doença inflamatória que ocorre devido à fatores genéticos associados a fatores ambientais e de comportamento. Cerca de 40% dos pacientes, relatam algum familiar que também apresenta psoríase, indicando a forte influência do fator genético e familiar.

Com relação ao ambiente, os fatores de risco são: o estresse, a obesidade, o tempo frio, o uso de medicamentos (para malária, pressão alta e para transtorno bipolar são os mais associados) e o consumo de bebidas alcoólicas e de cigarro.

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, é preciso cuidado com a psoríase, isso porque 30% dos pacientes podem apresentar inflamações similares em outras partes do corpo, como nas articulações, o que leva à artrite psoriásica. A inflamação da psoríase também tem relação com doenças cardiometabólicas, doenças gastrointestinais e alguns tipos de câncer, o que pode diminuir a qualidade e a expectativa de vida do paciente.

Sintomas da psoríase

Os sintomas variam entre pacientes e de acordo com a gravidade da doença. Portanto, se apresentar algum dos sinais abaixo, procure um médico dermatologista para analisar seu caso e prescrever as recomendações corretas.

  • Manchas vermelhas com aspecto de escama esbranquiçada;
  • Manchas brancas ou escuras após a melhora das manchas vermelhas;
  • Pele seca, com rachaduras e até mesmo sangramento;
  • Coceira, queimação e dor;
  • Unhas grossas, descoladas, com alteração de formato e amareladas;
  • Inchaço e rigidez nas articulações.

Principais dúvidas de pacientes com psoríase no verão

Quem tem psoríase pode ir à praia?

Sim! A exposição correta ao sol e a água do mar podem ajudar a aliviar a coceira e o aspecto das lesões.

A luz solar ajuda a reduzir as manchas na pele e a água do mar ajuda a remover a pele morta, aliviar a coceira e cicatrizar as feridas. No entanto, após o banho enxague-se em água doce e utilize hidratantes corporais específicos para sua pele para evitar o ressecamento.

Quem tem psoríase pode tomar sol?

Sim. Desde que de forma moderada e nos horários indicados pela Associação das Ligas Europeias contra o Câncer. A recomendação é:

  • Não se exponha ao sol entre 10h e 15h;
  • Use protetor solar (aplique 15 minutos antes da exposição ao sol e reaplique a cada 2 horas);
  • Conheça seu corpo e entenda como ele reage à exposição ao sol, não ultrapassando seus limites.

Inclusive, é recomendado banhos de sol de 5 a 15 minutos todos os dias, em horário adequado e com a pele hidratada para melhorar os níveis de vitamina D. Sendo, portanto, um aliado no cuidado com a psoríase no verão.

Quem tem psoríase pode usar a piscina?

Sim. O aumento da umidade da pele ajuda a hidratar e a prevenir a descamação das lesões.

No entanto, cuidado com piscinas que possuem muito cloro! O ideal é enxaguar-se em água corrente após o banho e utilizar hidratantes corporais, assim como recomendado para os banhos de mar.

Tem algum protetor solar recomendado para quem tem psoríase?

Atualmente existem produtos fotoprotetores no mercado que são específicos para quem tem psoríase. No entanto, o ideal é escolher entre os que sejam mais cremosos para evitar o ressecamento da pele. Além disso, dê preferência para aqueles específicos para peles sensíveis, para não irritar as lesões.

Caso não se adapte aos protetores disponíveis no mercado, procure sempre a indicação de um dermatologista e não insista no uso em caso de alergias.

5 recomendações para cuidar da psoríase no verão

Além do apresentado, seja no verão ou no dia a dia, outras recomendações importantes para cuidar da psoríase são:

1. Cuidado com suor e ar condicionado

Tanto o suor quanto o uso excessivo de ar condicionado podem ressecar a pele. Portanto, evite deixar o suor por muito tempo na pele, enxague o rosto, couro cabeludo e nuca várias vezes por dia, se necessário. Ao ficar exposto ao ar condicionado, sempre utilize cremes corporais hidratantes.

2. Hidrate-se

O ressecamento da pele é um dos piores sintomas para quem sofre de psoríase. Portanto, beba bastante água e hidrate a pele com produtos específicos, de preferência aqueles recomendados pelo seu dermatologista.

3. Use roupas soltas e leves

O uso de roupas confortáveis evita a irritação da pele. Em caso de tratamento fototerápico recente, é comum que pareça que as lesões estão piores no início, mas logo a vermelhidão e a coceira irão amenizar.

Em caso de descamação do couro cabeludo, usar roupas brancas também pode ajudar a disfarçar o problema, se isso te incomoda.

4. Evite picadas de inseto e uso de repelentes

É comum o aumento de insetos no verão. Por isso, deve-se evitar as picadas, já que elas podem piorar os sintomas devido ao aumento da coceira em regiões próximas ou sobre as lesões. Além disso, o uso de repelentes com DEET também pode causar irritação, por isso, prefira aqueles sem DEET.

5. Esqueça o estresse

Utilize esse momento de férias e o verão para curtir e relaxar com a família e os amigos. Reduzir o estresse também pode ajudar a diminuir a inflamação das lesões, além de melhorar a qualidade de vida como um todo. Portanto, mesmo após o fim das férias, pratique atividades prazerosas e relaxantes no dia a dia.

Previna-se

Pessoas que possuem histórico familiar precisam se prevenir com mais atenção. Esteja sempre atento aos sinais, pois quanto mais cedo for o diagnóstico, mais eficiente será o tratamento.

Confira essa e outras dicas de saúde e beleza no blog da Dra. Carla Bortoloto.

Assista também:

Dra. Carla Bortoloto
Dra. Carla Bortoloto
Médica dermatologista, CRM-SP 122.883, formada pela UNIG (RJ). Especializou-se em Clínica Médica e Medicina Interna pela Casa de Saúde São José (RJ) e em Dermatologia Clínica e Cirúrgica pela Faculdade de Medicina Souza Marques (RJ). É membro da American Academy of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Dermatologia Clínica e Cirúrgica (SBDCC).

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