Pele ressecada: o que pode ser e 4 dicas para evitar

Pele ressecada: o que pode ser e como tratar?

Uma mulher examina a pele seca em seu rosto e passa hidratante no nariz

Para mantermos a pele sempre saudável e com um bom aspecto visual é necessário garantir que ela esteja hidratada. Caso contrário, é muito comum começarmos a perceber mudanças na sua textura e aspecto.

No entanto, é importante entender que as consequências de uma pele ressecada vão muito além da beleza, pois podem também ocasionar incômodos e estarem relacionadas a condições clínicas que precisam de atenção.

O que acontece com a pele ressecada

Quando a pele está muito seca, significa que o manto natural de oleosidade foi prejudicado e sua barreira de proteção fica desequilibrada. Assim, ela acaba perdendo a sua capacidade de defesa e se tornando mais sensível, o que favorece irritações, infecções, fissuras e outros problemas.

Sinais de uma pele ressecada

Segundo especialistas da Mayo Clinic, os sintomas podem variar de acordo com a causa ou a própria pele do paciente. No entanto, geralmente incluem:

  • Textura áspera;
  • Descamação leve a grave;
  • Rachaduras e/ou feridas;
  • Aspecto acinzentado, marrom ou preto;
  • Manchas vermelhas ou esbranquiçadas;
  • Sensação de repuxamento da pele;
  • Coceira.

Possíveis causas da pele ressecada

O ressecamento da pele é uma condição muito comum, principalmente após os 40 anos. Porém, afeta pessoas de todas as idades e pode ser temporário ou sazonal já que suas causas podem ser de diversas naturezas.

Envelhecimento natural

O nosso organismo passa por muitas mudanças metabólicas e hormonais conforme envelhecemos. Com isso, a pele diminui sua capacidade de renovação, passa a produzir menos fibras de colágeno e elastina e apresenta uma atividade menor das glândulas sudoríparas. Logo, é natural que ela fique mais seca.

Condições climáticas e ambientais

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o ambiente ao redor é um dos fatores que mais contribui para a pele ressecada. No verão, a exposição excessiva ao sol, combinada ao mar e à piscina com cloro, pode provocar o surgimento do quadro.

Porém, no inverno, isso é ainda mais comum de acontecer devido ao frio e à baixa umidade do ar, que é um fator diretamente ligado ao ressecamento da pele. Além disso, os altos índices de poluição também são prejudiciais.

Falta de cuidados com a pele

No dia a dia, diversos hábitos ou costumes podem prejudicar a pele e contribuir para o seu ressecamento. Um deles é a higiene incorreta com o uso de produtos não indicados – seja sabonetes, detergentes ou shampoos – que possuem substâncias removedoras da oleosidade da pele em sua formulação. Além disso, banhos com a água muito quente ou o uso de buchas para esfregá-la constantemente podem remover os óleos naturais da derme.

Tratamentos médicos

Os especialistas da Mayo Clinic também ressaltam que pacientes que passaram por tratamentos de algumas condições de saúde como câncer, fazem diálise ou tomam certos medicamentos pode vir a desenvolver uma pele mais seca.

Doenças dermatológicas

Segunda a Sociedade Brasileira de Dermatologia, algumas condições estão relacionadas ao problema. Da mesma maneira que podem ser a causa, algumas delas também são consequências de uma pele seca. São elas:

  • Dermatite seborreica: descamação da pele devido ao desequilíbrio sebáceo, principalmente nas regiões como face e couro cabeludo, que possuem pelos. Um dos principais sintomas é a coceira intensa na região.
  • Dermatite atópica: inflamação da pele que causa coceira e lesões cutâneas, em especial na face, tronco e membros. A pele também fica mais grossa, áspera e escurecida.
  • Psoríase: a principal causa da doença é emocional, mas a pele ressecada contribui com o seu desenvolvimento e aparecimento. É uma doença crônica e não contagiosa, muito comum em homens e mulheres adultos.
  • Ictiose vulgar: geralmente aparece ainda no primeiro ano de vida, causando ressecamento da pele e descamação nos membros, face e couro cabeludo. Porém, a doença tende a regredir ou minimizar os sintomas ao longo dos anos.

Como evitar a pele ressecada

O mais indicado sempre é procurar ajuda médica para realizar uma avaliação e diagnóstico, principalmente se ela vem acompanhada de outros sintomas. Dessa forma, caso o problema seja relacionado a uma doença dermatológica, o profissional poderá indicar medicamentos para o tratamento.

Porém, os cuidados com a pele devem ser diários! E existem alguns hábitos que você pode incluir na sua rotina para garantir a saúde da pele e evitar o seu ressecamento. Confira algumas dicas:

1. Realize uma boa higienização diária da pele

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, a pele do rosto deve ser higienizada duas vezes por dia, de manhã e de noite, utilizando um sabonete adequado ao seu tipo de pele, dando preferência aos líquidos. Você também pode utilizar tônicos e loções para retirar as impurezas mais fundas, como da poluição e da maquiagem, que deve ser sempre removida antes de dormir.

De uma a duas vezes por semana, também se recomenda o uso de um esfoliante para remover as camadas de células mortas. Mas use tudo com moderação! Qualquer produto em excesso pode prejudicar a derme.

Lembrando também que, tanto no banho quanto na lavagem do rosto, o ideal é que a água esteja fria ou morna, e é melhor evitar o uso de qualquer tipo de bucha para não esfregar e machucar a pele. Se possível, não tome banhos muito demorados e seque bem a pele antes de se vestir.

2. Mantenha a pele sempre hidratada

Até mesmo as peles oleosas precisam de hidratação constante! O que vai diferenciar na hora de aplicar produtos é escolher o indicado para o seu tipo de pele. Inclusive, existem produtos com ativos que combatem o ressecamento, como a Vitamina E, manteiga de karité e óleo de semente de uva. No caso dos hidratantes faciais, é essencial também associá-lo com um protetor solar para mais proteção.

Além disso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia explica que, como outros órgãos, a pele é composta por células que possem água em sua composição. Portanto, quando falamos de hidratação da pele, não devemos apenas nos atentar aos produtos de beleza.

Se o organismo não recebe a quantidade necessária de água, ficará desidratado e levará a uma pele ressecada, áspera e sem elasticidade. O indicado é ingerir, pelo menos, 2 litros de água por dia. Você também pode intercalar com a ingestão de chás, se preferir.

3. Invista em uma alimentação balanceada

A alimentação saudável e a escolha certa dos alimentos interferem na saúde do corpo todo, incluindo da nossa pele. Por isso, o ideal é dar preferências aos que são cheios de vitaminas e minerais importantes.

Para manter a pele mais saudável e bonita, podemos considerar as frutas ricas em vitamina C, como morango, laranja, limão e cereja, os vegetais e legumes, e alimentos com maior poder alergênico, como amendoins, mariscos, ovos e leite. Bem como as castanhas, nozes e amêndoas, que são ricas em vitamina E, selênio e antioxidantes.

4. Outros hábitos e procedimentos

Alguns procedimentos dermatológicos são conhecidos por ajudarem com a pele ressecada, como peelings e tratamentos a laser, incluindo a depilação. Por isso, podem ser utilizados como um tratamento complementar, sempre com a orientação do seu médico. Ademais, evite hábitos como tabagismo e ingestão excessiva de álcool que prejudicam a saúde da pele e do corpo em geral.

Quer saber mais dicas de cuidade com a pele? Continue navegando pelo meu blog!

CB Experience
Dra. Carla Bortoloto
Dra. Carla Bortoloto
Médica dermatologista, CRM-SP 122.883, formada pela UNIG (RJ). Especializou-se em Clínica Médica e Medicina Interna pela Casa de Saúde São José (RJ) e em Dermatologia Clínica e Cirúrgica pela Faculdade de Medicina Souza Marques (RJ). É membro da American Academy of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Dermatologia Clínica e Cirúrgica (SBDCC).

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