Como tratar psoríase? Conheça principais tratamentos

Como tratar psoríase? Conheça os principais tratamentos

Mulher adolescente com coceira no braço, que pode ser sinal de psoríase

Muitos se perguntam: o que é a psoríase? A psoríase é uma doença crônica, não transmissível e relativamente comum que apresenta sintomas que desaparecem e reaparecem de tempos em tempos. Sua causa é desconhecida, mas se sabe que pode estar relacionada ao sistema imunológico, às interações com o meio ambiente e à suscetibilidade genética — entre 30% e 40% dos pacientes com psoríase têm histórico familiar da doença. Mas ela tem cura? Como tratar psoríase? Continue a leitura e entenderá tudo sobre os principais tratamentos da psoríase.

Pandemia pode ter intensificado quadros de psoríase

Além de desencadear problemas emocionais, devido, principalmente, ao isolamento social, a pandemia do novo coronavírus também tem agravado problemas de pele.

O estresse e a falta de sol, causados pelo tempo dentro de casa, são um gatilho para desencadear um aumento e o agravamento de problema na pele, inclusive a psoríase.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a tensão emocional e a ansiedade, relacionadas à pandemia do novo coronavírus, tendem a agravar os sintomas, e medicações como a cloroquina, por exemplo, também podem exacerbar a doença.

Além disso, por estarem em casa, muitas pessoas não se expuseram ao sol ou a atividades ao ar livre, mesmo sabendo que a radiação UVB é benéfica para controle da psoríase.

Portanto, fica o alerta para quem sofre com o problema: mesmo que seja em um cantinho da casa, tentar se expor ao sol durante alguns minutos pode ajudar a atenuar os sintomas.

Mais adiante, comento sobre outras formas de fazer o tratamento da psoríase. Antes, vamos conhecer os sinais da pele que podem ser indicativos da doença.

Como reconhecer os sintomas de psoríase

Ainda que possam variar de uma pessoa para outra, conforme o tipo da psoríase, os sinais da doença podem incluir:

  • Manchas vermelhas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas;
  • Pequenas manchas brancas ou escuras residuais pós-lesões;
  • Pele ressecada e rachada; às vezes, com sangramento;
  • Coceira, queimação e dor;
  • Unhas grossas, sulcadas, descoladas e com depressões puntiformes;
  • Inchaço e rigidez nas articulações.

Em casos de psoríase moderada, esses sintomas podem trazer apenas um desconforto. Mas, nos casos mais graves, eles podem ser dolorosos e provocar alterações que impactam significativamente na qualidade de vida e na autoestima.

Assim, o ideal é procurar o tratamento da psoríase o quanto antes.

Os locais mais atingidos pela psoríase são o couro cabeludo, cotovelos, joelhos, palmas das mãos, plantas dos pés, unhas e tronco, com lesões em ambos os lados do corpo. Dependendo do tipo de psoríase e do estado geral de saúde da pessoa, esses locais ficam afetados durante semanas ou meses.

Essa variação de tempo de duração dos sintomas da psoríase acontece porque eles estão sujeitos a melhoras e recaídas em função de diversos fatores como traumas (físico, químico, queimadura solar), infecções, consumo excessivo de álcool, uso de drogas ou medicamentos e até alterações emocionais, como comentei anteriormente.

Outros fatores que podem desencadear ou piorar os sintomas de psoríase são obesidade, tempo frio e tabagismo.

Além de identificar e corrigir os fatores de risco, o tratamento da psoríase também depende de outras avaliações feitas pelo dermatologista. Vamos saber mais a seguir.

Tipo de psoríase e gravidade do quadro determinam o tratamento

Cada tipo e gravidade de psoríase podem responder melhor a um tipo diferente de tratamento (ou a uma combinação de terapias). Mas já adianto que o que funciona bem para uma pessoa não necessariamente funcionará para outra: o tratamento da psoríase é sempre individualizado.

Até porque, como vimos até aqui, o estilo de vida tem tudo a ver tanto com a manifestação quanto com a gravidade e extensão dos sintomas. Portanto, não deixe de conversar com um médico especificamente sobre o seu caso.

Hoje, com as diversas opções terapêuticas disponíveis, já é possível viver com uma pele sem ou quase sem lesões, independentemente da gravidade do quadro. O tratamento da psoríase é essencial para manter uma qualidade de vida satisfatória.

Opções de como tratar psoríase

Vamos entender o que pode ser feito em cada caso para tratar a psoríase:

Em casos leves

Hidratar a pele, aplicar medicamentos tópicos apenas na região das lesões e exposição diária ao sol, nos horários e tempo adequados e seguros, são suficientes para melhorar o quadro clínico e promover o desaparecimento dos sintomas.

Em casos moderados

Quando apenas as medidas que mencionei não melhorarem os sintomas, o tratamento da psoríase pode ser feito com exposição à luz ultravioleta A (PUVA) ou ultravioleta B (banda estreita) em cabines próprias para isso.

Esse procedimento utiliza combinação de medicamentos que aumentam a sensibilidade da pele à luz, potencializando os benefícios.

A sessão da Puvaterapia demora poucos minutos e a dose de UVA é aumentada gradualmente, dependendo do tipo de pele e da resposta individual de cada pessoa.

O tratamento também pode ser feito com UVB de banda estreita, com menores efeitos adversos, podendo, inclusive, ser indicado para gestantes.

Em casos graves

Aqui, pode ser necessário iniciar tratamentos com medicação via oral ou injetável e, posteriormente, recorrer às outras terapias. Esse tipo de condição é menos comum: apenas 30% dos pacientes têm crises graves.

Existem diversas classes de tratamentos biológicos para psoríase já aprovadas no Brasil: os chamados anti-TNFs (como adalimumabe, etanercepte e infliximabe), anti-interleucina 12 e 23 (ustequinumabe) ou anti-interleucina 17 (secuquinumabe).

Uma pesquisa em roedores mostrou ainda que injeções de toxina botulínica melhoraram a aparência das lesões. É algo para se ter no radar, considerando os casos graves.

A psoríase pode ter um impacto significativo na qualidade de vida e na autoestima da pessoa, o que pode piorar o quadro. Assim, o acompanhamento psicológico também pode ser indicado em alguns casos.

Outros fatores que impulsionam a melhora e até o desaparecimento dos sintomas são uma alimentação balanceada e a prática de atividade física.

E um último alerta: o paciente nunca deve interromper o tratamento da psoríase prescrito sem autorização do médico. Esta atitude pode piorar a doença e agravar a situação.

Se você se identifica com os sintomas de psoríase, procure um dermatologista.

Quer saber mais dicas e novidades em saúde e beleza? Continue navegando pelo meu blog!

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Dra. Carla Bortoloto
Dra. Carla Bortoloto
Médica dermatologista, CRM-SP 122.883, formada pela UNIG (RJ). Especializou-se em Clínica Médica e Medicina Interna pela Casa de Saúde São José (RJ) e em Dermatologia Clínica e Cirúrgica pela Faculdade de Medicina Souza Marques (RJ). É membro da American Academy of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Dermatologia Clínica e Cirúrgica (SBDCC).

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